Ibovespa futuro

Risco fiscal derruba Ibovespa futuro na abertura em meio a exterior em alta

Por Gabriel Codas – Investing.com – O índice futuro do Ibovespa inicia a segunda-feira com queda de 0,45% aos 101.880 pontos às 09h26, com o dólar comercial avançando 0,74% a R$ $ 5,4270. A queda reflete a cautela dos investidores sobre o risco fiscal em dia de entrega do Orçamento de 2021 no Congresso, além de incertezas quanto ao desenho do programa Renda Brasil e aos valores e período da prorrogação do auxílio emergencial.

A abertura negativa se contrapõe aos mercados externos, que seguem positivos com os seguidos recordes históricos dos índices acionários americanos. Na Ásia, o desempenho foi negativo depois que o governo chinês autorizou a alienação das operações americanas do aplicativo TikTok. Nas Europa, os mercados no Reino Unido estão fechados hoje por conta de um feriado nacional.

Os investidores ainda vivem entre o otimismo com a retomada econômica e a cautela na espera por dados econômicos trarão mais pistas sobre a dimensão e intensidade da recuperação. O principal destaque na agenda é a divulgação dos dados do mercado de trabalho americano, na próxima sexta-feira

– Cenário Interno

Confiança Empresarial

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) subiu 7,0 pontos em agosto, para 94,5 pontos, recuperando 96% das perdas ocorridas no bimestre março-abril.

“A confiança empresarial subiu de forma expressiva em agosto, dando sequência à tendência de recuperação iniciada em maio, sob influência da melhora da percepção dos empresários em relação à situação presente dos negócios. Em termos setoriais, os destaques são a Indústria e o Comércio, cujos níveis de confiança já estão próximos aos do período anterior à pandemia do novo coronavírus. Na Construção e, principalmente, no Setor de Serviços, a retomada do otimismo é semelhante à dos outros setores, mas a percepção sobre a situação atual continua bastante desfavorável, o que vem contendo uma alta mais expressiva da confiança”, comenta Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas da FGV IBRE.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.

Covid-19

O Brasil registrou neste domingo 566 novos óbitos em decorrência da Covid-19, o que eleva o total de mortes pela doença no país a 120.828, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Segundo país mais afetado pelo coronavírus no mundo, atrás somente dos Estados Unidos, o Brasil também notificou 16.158 novos casos da doença, atingindo um total de 3.862.311 infecções confirmadas.

Os domingos costumam trazer números mais baixos de casos de Covid-19 e também de óbitos em comparação com os demais dias da semana devido a um atraso na realização de testes pelos Estados

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui ainda 3.031.559 pacientes recuperados da doença e 709.924 pessoas em acompanhamento. A taxa de letalidade da Covid-19 no país é de 3,1%.

– Cenário Externo

PMI China

A atividade industrial da China cresceu a um ritmo mais lento em agosto depois que enchentes no sudoeste da China afetaram a produção, mas o setor de serviços expandiu a uma taxa sólida em um impulso para a economia em meio à recuperação do choque pelo coronavírus.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial de indústria caiu a 51 em agosto de 51,1 em julho, mostraram nesta segunda-feira dados da Agência Nacional de Estatísticas. Ele permanece acima da marca de 50 que separa crescimento de contração.

Analistas esperavam aceleração a 51,2.

O vasto setor industrial da China está continuamente retornando aos níveis vistos antes da pandemia, conforme a demanda represada, a expansão da infraestrutura com medidas de estímulo e a resiliência das exportações ajudam na recuperação, embora ela permaneça desigual.

O subíndice para a atividade de empresas pequenas foi a 47,7 em agosto de 48,6 em julho, com mais da metade delas informando falta de demanda e mais de 40% citando questões financeiras, disse Zhao Qinghe, estatísticas de agência de estatísticas.

BC da China

O banco central da China afirmou nesta segunda-feira que tornará as taxas de recompra bancárias por instituições depositárias uma referência para o ajuste de política monetária e fixação de preço pelo mercado financeiro.

A melhora do sistema de juros da China é determinante para aprofundar a reforma dos juros com base no mercado, disse o Banco do Povo da China em comunicado em seu site.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,12%, a 23.139 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,96%, a 25.177 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,24%, a 3.395 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,58%, a 4.816 pontos.

Os principais mercados de ações da Europa operam ganhos. Em Frankfurt, o DAX soma 0,41% aos 13.086 pontos, com o CAC, de Paris, avançando 0,61% aos 5.033 pontos. Os mercados de Londres estão fechados devido a um feriado nacional.

Em Nova York, o contrato Dow futuros subia 30 pontos, ou 0,1%. Os futuros do S&P 500 eram negociados em alta de 6 pontos, ou 0,2%, enquanto os futuros do Nasdaq 100 subiam 0,2%.

COMMODITIES

A jornada desta segunda-feira foi marcada por um movimento positivo para os preços dos contratos futuros do minério de ferro, que são negociados na bolsa de mercadorias da cidade de Dalian, na China. O ativo com o maior volume de operações, com data de vencimento para janeiro do próximo calendário, somou 2,61% para 844,00 iuanes por tonelada, o que representa ganhos de 21,50 iuanes em relação aos 822,50 iuanes de liquidação da véspera.

No mesmo sentido, o fechamento da semana de negócios teve como principal característica as altas nas cotações dos papéis futuros do vergalhão de aço, que são transacionados na também chinesa bolsa de mercadorias de Xangai. O contrato com mais liquidez, com entrega para o mês de janeiro de 2021, avançou 61 iuanes para 3.779 iuanes por tonelada, enquanto que o de outubro deste ano, somou 45 iuanes para 3.818 iuanes para cada tonelada.

MERCADO CORPORATIVO

– Siderúrgicas

O Brasil acredita que as quotas para importação de aço recentemente impostas ao país pelos Estados Unidos serão suspensas à medida que as condições do mercado melhorarem, informaram os ministérios das Relações Exteriores e da Economia em comunicado, no sábado.

Na noite de sexta-feira, a Casa Branca anunciou que estava impondo quotas de importação para certos produtos siderúrgicos brasileiros, à medida que os produtores norte-americanos enfrentam uma queda no mercado.

O Itamaraty e o Ministério da Economia reconheceram no comunicado de sábado a decisão do governo norte-americano, acrescentando que o diálogo sobre o assunto será retomado em dezembro.

“O governo brasileiro mantém a firme expectativa de que a recuperação do setor siderúrgico dos EUA, o diálogo franco e construtivo na matéria, a ser retomado em dezembro próximo, e a excepcional qualidade das relações bilaterais permitirão o pleno restabelecimento e mesmo a elevação dos níveis de comércio de aço semiacabado”, disseram.

– IRB Brasil (SA:IRBR3)

O IRB Brasil Re teve prejuízo no segundo trimestre, uma vez que efeitos cambiais e impactos da pandemia de Covid-19 pressionaram ainda mais os números da resseguradora, que tenta corrigir o estrago causado por fraude contábil nos últimos anos.

A resseguradora anunciou neste sábado que teve prejuízo líquido de 685,1 milhões de reais de abril a junho, ante lucro de 397,5 milhões de reais um ano antes.

Segundo explicou a companhia no relatório, a perda refletiu sobretudo “despesas com sinistros maiores que as normais e efeito de desvalorização cambial”.

A resseguradora já havia sido levada a republicar balanços anteriores, “corrigindo distorções decorrentes da modificação intencional e sistêmica de dados operacionais”, o que reduziu o lucro de 2019 em 553,4 milhões de reais e o de 2018 em 117,2 milhões.

Agora, com o prejuízo no segundo trimestre, a insuficiência de liquidez apontada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) em maio subiu de 2,1 bilhões de reais em março para 3,4 bilhões de reais em junho.

– IPOs

Le Biscuit

A rede de lojas de departamento Le Biscuit, com sede na Bahia, pediu registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

Na operação, que será coordenada por Bank of America, XP, Itaú BBA, Santander (SA:SANB11) e Citi, o grupo de investimentos Vinci Partners venderá uma participação no negócio, junto com cerca de outros 15 investidores pessoa física.

A empresa também vai emitir ações novas, cujos recursos da venda serão usados para pré-pagar dívidas, reformar e expandir lojas, investir em TI, logística e reforçar o capital de giro.

Criada em 1968 na cidade de Feira de Santana, (BA), a companhia tem hoje uma rede de 141 lojas, sendo 136 próprias e 5 franquias, localizadas em 74 municípios de 14 Estados.

Urba

A Urba, braço da MRV (SA:MRVE3) de loteamentos urbanos, pediu nesta sexta-feira registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

A operação, que será coordenada por BTG Pactual (SA:BPAC11), Itaú BBA, Bradesco BBI, Santander e Caixa Econômica, envolve apenas oferta primária, ações novas cujos recursos irão para o caixa da empresa, que pretende usá-los para comprar terrenos, reforçar o capital de giro e fazer investimentos.

Criada em 2012, a Urba tem a MV como controladora, com 52,1% do capital.

Nissei

O grupo Nissei, que se apresenta como maior rede de farmácias do Paraná, pediu registro para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

A companhia, que afirma deter cerca de 20% do mercado paranaense de drogarias, afirmou ter contratado Safra, BTG Pactual, Bank of America e Itaú BBA para coordenar a operação.

Parte das ações oferecidas na transação são do dono do negócio, o empresário Sérgio Maeoka. A empresa também emitirá novas ações, cujos recursos a Nissei informou que usará para crescimento orgânico, aquisições de rivais menores, resgatar debêntures e otimizar a estrutura de capital.

– Azul (SA:AZUL4)

A companhia aérea Azul pode abrir mão do pacote de socorro que está sendo desenhado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disse o presidente-executivo da companhia aérea, John Rodgerson.

“Nosso conselho de administração se reúne na semana que vem para decidir se a companhia vai aderir”, disse o executivo em entrevista à Reuters.

De acordo com Rodgerson, passados mais de cinco meses do agravamento da Covid-19 no país, o pacote de socorro do BNDES ao setor aéreo, um dos mais duramente atingidos pela crise econômica decorrente da pandemia, já não é tão vital.

“No final, a demora para o pacote foi até útil, porque conseguimos renegociar 98% das nossas dívidas, não teremos nenhum vencimento importante até o segundo semestre de 2021 e estamos nos tornando uma empresa muito mais eficiente”, disse Rodgerson. “Se eu tivesse certeza de que as coisas vão continuar evoluindo como agora, não precisaríamos do pacote.”

Para o presidente da Azul, a companhia avalia que pode eventualmente conseguir condições melhores numa linha de crédito prudencial, para ser usada em caso de necessidade, em melhores condições do que as ofertadas pelo BNDES.

AGENDA DE AUTORIDADES

– Jair Bolsonaro

O presidente da República recebe, na manhã desta segunda-feira, Dom Giovanni d’Aniello, Núncio Apostólico. Em seguida, se reúne com o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e o deputado Joaquim Passarinho (PSD/PA).

Na parte da tarde recebe os ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Cidadania). Ainda na segunda-feira, recebe os ministros André Luiz de Almeida (Justiça e Segurança Pública) e Fernando Azevedo (Defesa).

– Paulo Guedes

– Videoconferência com o chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais, Esteves Colnago;

– Videoconferência com os secretários especiais;

– Reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro;

– Reunião com o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

(Com contribuição de Reuters e Estadão Conteúdo)