A Safra Corretora estima que o Índice Bovespa no fim de 2020 deve atingir 130 mil pontos, um ganho de 25% em relação ao nível atual, conforme relatório enviado hoje aos clientes e assinado pelos analistas Luiz F. Azevedo, Silvio Dória e Gustavo Sadka. A corretora também revisou as estimativas para o Ibovespa em 2019, alterando-as de 105 mil para 115 mil pontos. “Isso se dá pelos recentes cortes na taxa de juros e pelas melhores expectativas macroeconômicas da aprovação da Reforma da Previdência”, diz a corretora. Embora ainda veja uma atividade econômica tímida no país, a corretora acredita em uma recuperação no crescimento do PIB, aumento no nível de investimentos, e a continuidade da aceleração no crédito.
A corretora diz que mantém boas expectativas para a economia brasileira depois da aprovação das reformas estruturais, o que deve ajudar a economia a se tornar mais competitiva e a estimular investimentos. A aprovação da reforma da Previdência deve dar mais sustentabilidade às contas fiscais do governo, e possíveis economias de R$ 930 bilhões em 10 anos, que estão um pouco a cima das expectativas do time macroeconômico do banco. “Além disso, nós temos como um fator favorável para o país as iniciativas do governo sobre a discussão da nova Reforma Tributária”, diz o relatório.
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Corte de juros vai ajudar
A Safra Corretora acredita que o mercado de capitais brasileiro deve ser beneficiado pelo corte na taxa de juros, com a Selic atingindo 5.0% no final de 2019. O padrão de redução da taxa de juros real que vem ocorrendo nos últimos meses deve reduzir o custo de capital de empresas brasileiras, beneficiando o cenário doméstico. Do ponto de vista do investidor, taxas de juros mais baixas dão aos investidores mais apetite para tomar riscos no mercado de capitais, e devem habilitar os múltiplos de companhias a se reajustarem em um patamar mais alto.
“Acreditamos que esses eventos não estão ocorrendo somente no Brasil, mas também em outras economias, devido às políticas monetárias mais dovish (suaves) dos bancos centrais globais”, diz, citando como exemplo o Federal Reserve, dos Estados Unidos, e o Banco Central Europeu (BCE). No caso do Brasil, o cenário promissor se encaixa nesse ambiente mais benevolente para o corte na taxas de juros global, enquanto também é potencializado pela redução do risco-país.
Outros fatores positivos adicionais seriam os esforços feitos pelo governo para privatizar empresas estatais (o que deve fazer as empresas em questão mais eficientes); além dos esforços governamentais em fomentar investimentos por leilões de concessão (aeroportos, rodovias, ferrovias, etc), e leilões de blocos de exploração (ex: petróleo), etc. O volume de investimentos também deve crescer, dado o cenário positivo no mercado de capitais, combinado com a retomada das operações no mercado, como aberturas de capital (IPO) e Follow-Ons (ofertas de empresas já no mercado), e emissões de papéis de renda fixa, como debêntures.
Mais ofertas de papéis no mercado
A Safra Corretora acredita que o mercado de capitais nacional, tanto no âmbito de emissão de ações quanto no de renda-fixa, ainda tem muito a crescer. Bancos públicos (incluindo BNDES) reduziram significantemente seus empréstimos para grandes empresas e os bancos privados de maior porte estão focando em indivíduos e no segmento de Pequenas e Médias Empresas (que tem melhores spreads). Outro fator importante, que pode sustentar o desenvolvimento do mercado atual, é o rápido crescimento de investimentos de pessoas físicas, como também o número de fundos de investimento e de multimercado domésticos, que tem crescido significativamente nos últimos tempos.
Segundo a Safra Corretora, a recuperação econômica pode não ser fantástica, mas há melhorias à frente. A corretora espera que o PIB brasileiro cresça 2,0% em 2020, com uma saudável recuperação dos escassos 0,8% de crescimento em 2019. “Temos uma boa perspectiva para o crescimento da aceleração de crédito, e também esperamos um bom cenário para mercados de capitais”, diz. Adicionalmente, os volumes e a rotatividade do mercado têm crescido por causa do crescimento da participação de investidores locais no mercado de ações brasileiro.
Os riscos para esse cenário, segundo a Safra Corretora, são uma desaceleração mais acentuada da economia global, deterioração gerada pela guerra comercial internacional; aumento da curva de juros, desaceleração ou não-aprovação das reformas estruturais brasileiras e menor taxa de crescimento econômico da economia brasileira.
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