O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros Selic em 0,50 p.p., de 13,75% ao ano a 13,25% ao ano. Foi o primeiro corte promovido em três anos.
A última vez em que a autoridade monetária havia imposto um decréscimo nos juros básicos foi em agosto de 2020, quando a taxa declinou de 2,5% para 2,0% ao ano – o seu patamar mais baixo em toda a história.
Desde então, as altas consecutivas e a estabilização no nível de 13,75% por meses fizeram com que a taxa voltasse ao maior patamar desde 2016.
Como o setor produtivo reagiu à notícia?
“A decisão foi acertada, uma vez que não compromete o processo de combate à inflação e evita um desaquecimento maior da indústria e da economia. As expectativas de inflação têm passado por sucessivas revisões para baixo e a apreciação da taxa de câmbio, nos últimos meses, também representa mais um elemento positivo para esse cenário de controle da inflação”, avaliou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade.
Em nota, Andrade diz que o setor “entende que a continuidade do ciclo de redução da Selic exige boa coordenação entre política monetária e política fiscal”.
A entidade aguarda que o Congresso Nacional “aprove, em breve, um novo arcabouço fiscal que consiga estabilizar a dívida pública sem recorrer ao aumento da carga tributária, de modo a contribuir com o processo de cortes na taxa básica de juros”.
Para o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, “o corte de 0,5 ponto vem em linha com os indicadores recentes da economia, como a queda da inflação, e sinalizam que a taxa de desemprego e a renda da população poderão melhorar”.
Dessa forma, Galassi crê que o movimento amplia o consumo das famílias e permite o crescimento da economia.
Já a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) elogiou a medida e destacou que, “com redução da percepção do risco inflacionário, as justificativas que mantinham a taxa de juros em níveis elevados são eliminadas”.
“Ademais, indicadores relacionados ao nível de atividade e ao mercado de trabalho continuaram a confirmar a percepção de desaceleração econômica para este segundo semestre”, acrescentou a federação.
A entidade também pediu a aprovação de um novo arcabouço fiscal e um avanço da Reforma Tributária de maneira “célere”.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) salienta ter sido acertada a decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros na reunião do Copom.
A entidade espera que a redução da Selic contribua para um cenário de maior estabilidade econômica e proporcione benefícios a todos os setores da sociedade.
“Para 2024, os reflexos do corte da taxa Selic poderão contribuir para o aquecimento da economia o que deve elevar os níveis de emprego no mercado de trabalho”, afirma José Filippo, diretor vogal do IBEF-SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo).