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Selic ou IPCA: qual é o melhor indexador para os seus investimentos?

Entenda o que significa cada indicador, tendo em mente quais são os seus objetivos e por quanto tempo você pretende deixar o dinheiro aplicado

- Jason Briscoe via Unsplash
- Jason Briscoe via Unsplash

A Selic (taxa básica de juros) e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – a inflação oficial do país –, além de serem indicadores importantes para a macroeconomia, também são utilizados como indexadores para estabelecer a rentabilidade em ativos renda fixa, isto é, definir o quanto esses ativos renderão. 

Na hora de escolher entre títulos públicos, como o Tesouro Direto, que tem opções que rentabilizam a partir da taxa de juros e outras que são guiadas pela inflação, pode surgir a dúvida: qual será a melhor opção? Vamos descobrir!

O que são a Selic e o IPCA?

Antes de mais nada, é importante entender o que significa cada indicador.

A Selic é a taxa básica de juros do Brasil, ou seja, ela influencia o custo do crédito, quanto será cobrado de juros dos empréstimos e dos financiamentos, por exemplo.

Já o IPCA é calculado a partir de uma pesquisa mensal de preços realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) em estabelecimentos comerciais e com concessionárias de fornecimento de energia elétrica, água e serviços (como internet e TV a cabo).

O objetivo é saber se, naquele período, o custo que o consumidor paga pelos mesmos produtos foi maior ou menor. Essa variação indica se houve ou não “inflação”, que nada mais é do que o aumento dos preços ou perda do poder de compra da população.

Os dois indicadores estão em ciclo de altas.

Atualmente, o IPCA de julho subiu 0,96% em relação a junho. O índice já acumula alta de 4,76% neste ano e a expectativa dos economistas consultados pelo Boletim Focus – do Banco Central –, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (30), é que ele chegue a 7,27% até o final do ano.

Já a Selic está 5,25%, após quatro elevações consecutivas realizadas pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. Também segundo o Boletim Focus, a taxa básica de juros deve fechar o ano em 7,50% a.a.

Qual vale mais a pena?

Como falamos acima, dois exemplos de ativos que são guiados por esses indexadores são os títulos públicos do governo: o Tesouro Direto IPCA+ e o Tesouro Selic.

O primeiro remunera com uma taxa pré-determinada, acrescida da inflação registrada no período, enquanto a rentabilidade do segundo é a soma do valor da taxa de juros definida pelo Banco Central no período com uma pequena taxa.

Para definir qual é melhor, leve em consideração quais são os seus objetivos e, principalmente, por quanto tempo você pretende deixar o dinheiro aplicado.

Se a ideia é pensar no longo prazo, como na aposentadoria, o ideal é que seus rendimentos não percam poder de compra ao longo do tempo, ou seja, estejam sempre acima da inflação. Nesse caso, opte pelos títulos atrelados ao IPCA. 

Já os títulos indexados à taxa básica de juros funcionam melhor para aplicações com objetivos de médio prazo. Isso porque a Selic é flutuante e sobe e desce ao sabor da conjuntura econômica do momento.

Em tempos de instabilidade econômica, por exemplo, o Banco Central baixa os juros para estimular o consumo, como aconteceu recentemente por conta da crise trazida pela COVID-19.

No ano passado, a Selic chegou à mínima histórica de 2% ao ano, baixando muito os rendimentos dos títulos atrelados a ela. Agora, com a retomada da economia, ela gradualmente está voltando a subir.

Porém, não há como prever o rumo que o Banco Central dará à taxa em prazos muito longos, como na próxima década. 

Por isso, utilize esse indexador quando o momento se mostrar favorável, como está atualmente, mas fique sempre de olho para as mudanças no cenário econômico.