Construção

Sustentado por lançamentos já previstos, setor de construção deve crescer 2% em 2022

Estudo é da Câmara Brasileira da Indústria da Construção que pontua que não será possível manter o atual nível de desempenho se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias

- Arquivo/Tãnia Rêgo/Agência Brasil
- Arquivo/Tãnia Rêgo/Agência Brasil

De acordo com estudo divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), apesar da elevação constante nos insumos e o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) que subiu 13,46%, entre janeiro a novembro deste ano, o setor da construção civil foi um dos destaques de geração de emprego em 2021.

Além disso, o estudo da CBIC projeta crescimento de 2% para 2022. A projeção é menor que a deste ano: 7,6%. 

Emprego

Somente nos primeiros dez meses deste ano, cerca de 285 mil novos empregos formais no setor foram criados. Com isso, a construção chega a quase 2,4 milhões de trabalhadores com carteira assinada, número que não era batido desde 2016.

A economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, destacou que um fator importante na geração de emprego na construção foi o salário de admissão que chegou a R$ 1.858,43, ficando atrás do setor de serviços, R$ 1.924,00.

Crescimento

O estudo aponta ainda que, para o próximo ano, o crescimento será sustentado pelos lançamentos já previstos e investimentos públicos e privados em infraestrutura, principalmente em logística e transporte.

"O ciclo precisa ser contínuo ou alimentado por novos negócios. Com a elevação dos juros do crédito habitacional, o crescimento do mercado imobiliário será inferior ao deste ano. Esperamos medidas por parte do governo para diminuir essa perda de compra daquelas famílias que mais precisam de moradia", reforça o presidente da CBIC, José Carlos Martins.

Em relação aos insumos, este ano foi marcado pela alta contínua. Com maior elevação de preços levaram destaque os seguintes itens: vergalhões e arames de aço ao carbono (+92,44%), condutores elétricos (+72,10%), tubos e conexões de PVC (+69,09%), eletroduto de PVC (+53,94%), esquadrias de alumínio (+44,40%), compensados (+43,32%), produtos de fibrocimento (+39,53%) e tijolos e telhas cerâmicas (+38,75%).

Apesar do destaque da alta dos insumos, segundo o presidente da CBIC, o setor teve o melhor desempenho apresentado nos últimos dez anos, com 7,6%.

"Podemos dizer que 2021 foi o ano do mercado imobiliário como reflexo do que aconteceu em 2020. A venda de hoje é o emprego de amanhã. O crescimento foi sustentado pelo que já estava contratado e não será possível manter o atual nível de desempenho do setor se não forem tomadas medidas urgentes para repor a capacidade de compra das famílias de baixa renda", afirma. Apesar da elevação, a construção teve melhor desempenho apresentado nos últimos dez anos: 7,6%,.

Ainda de acordo com o estudo, sobre os créditos imobiliários, em 2021, o número de unidades lançadas está 24,59% maior que em 2019 e cresceu 42,29% a venda de imóveis novos.

Já a oferta teve queda -3,39% no mesmo período. O preço dos imóveis, segundo o presidente da CBIC, deve sofrer reajuste nos próximos meses, isso porque o preço não acompanhou o aumento do INCC.