A Standard & Poor’s (S&P) rebaixou ontem (29) as notas de crédito soberano da Argentina de curto e de longo prazo, de B- para “Default Seletivo”. Na quarta-feira, o governo argentino anunciou que não pagaria os títulos de curto prazo pertencentes a bancos, seguradoras e empresas, mas honraria os pagamentos de pessoas físicas. A medida foi tomada diante da forte crise que se abateu sobre a economia argentina após as eleições primárias mostrarem grandes chances de vitória da chapa de oposição ao governo de Maurício Macri. O candidato Alberto Fernández tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner e defende a renegociação do acordo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e menor rigor fiscal.
A S&P explica que, após a incapacidade continuada de colocar papéis de curto prazo com participantes do mercado do setor privado, o governo argentino estendeu unilateralmente o prazo de todos os papéis de curto prazo em 28 de agosto. “Isso constitui inadimplência de acordo com nossos critérios, e estamos diminuindo as notas dos títulos locais e estrangeiros. classificações de crédito soberano em moeda para Default Seletivo e as classificações de emissão de curto prazo para ‘D’”, diz a S&P.
O governo também está enviando legislação ao Congresso buscando apoio da classe política argentina para se dedicar a uma reestruturação da dívida remanescente, por isso a S&P reduziu os ratings de emissão de moeda estrangeira e local de longo prazo para ‘CCC-‘, com risco aumentado de novas moratórias.
Como os novos termos da dívida de curto prazo já se tornaram efetivos, a S&P planeja elevar os ratings de crédito soberano de ‘SD’ hoje, 30 de agosto. “Planejamos elevar os ratings de crédito soberano de longo prazo para ‘CCC-‘ e o de curto a médio prazo para ‘C’”, diz a agência.
As vulnerabilidades do perfil de crédito da Argentina decorrem do ambiente financeiro em rápida deterioração, da falta de confiança nos mercados financeiros sobre iniciativas políticas no próximo governo, que pode ser eleito em outubro, e da incapacidade do Tesouro argentino de rolar a curto prazo a dívida de longo prazo com o setor privado.
Esse ambiente acentuou imensamente a instabilidade da dívida em meio a uma disparada do dólar, uma provável aceleração da inflação e uma profunda recessão econômica.
São fatores que, segundo a S&P, reduzem a capacidade de pagamento do governo, levando à prorrogação do vencimento da dívida de curto prazo.
Esses problemas desafiam a capacidade do governo atual e do presidente e candidato à reeleição, Maurício Macri, de conter a volatilidade do mercado e restaurar a estabilidade financeira e econômica.
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