SPX muda gestores e ex-BC Beny Parnes cuidará de nova área de crédito privado

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Com a saída de dois sócios, um há dois meses e outro neste mês, a gestora de recursos independente SPX Capital, uma das maiores do mercado, aproveitou para fazer uma reorganização em sua estrutura. Além de substituir os que saíram, a gestora está criando uma área de crédito, que será comandada por Beny Parnes, ex-diretor do Banco Central (BC) e que atua hoje como economista-chefe da asset. Parnes já havia comandado a área de análise de crédito no BBM, instituição onde a maioria dos sócios que criaram a SPX em 2010 se conheceu. Quem assumirá o comando do departamento econômico no Brasil será Gabriel Hartung, que já trabalha com Parnes. Já para a área de economia internacional, o nome ainda será definido.

A SPX tem cerca de R$ 35 bilhões sob gestão e é responsável por alguns dos fundos multimercados mais rentáveis dos últimos quatro anos, apesar da escorregada no ano passado, quando seu fundo principal, o Nimitz, rendeu 3,7%, abaixo do CDI de 6,4%. Desde o início, o fundo rende 182,27% para 121,93% do referencial dos juros. Em janeiro deste ano, o fundo começou bem, com rendimento de 1,05%, para 0,57% do CDI.

Segundo Rogério Xavier, coordenador do Comitê Executivo da SPX, a área de crédito vai preencher uma lacuna na atual gestão dos multimercados e abrir novas oportunidades de negócios. A ideia é que Parnes participe da gestão dos multimercados, mas não está descartada a possibilidade de criação de um fundo específico de crédito. Em nota distribuída aos clientes, a SPX explica que a atuação nesse mercado de crédito tende no tempo a contribuir para a análise e gestão dos demais ativos, além de, potencialmente, expandir a capacidade dos fundos em investir em mais mercados.

Em relação às saídas de Marcio Albuquerque (gestor de moedas) e Sebastian Lewit (gestor de juros), a avaliação é que se tratou de um processo normal dentro de uma sociedade. “Um sócio quis mudar de vida, cansou, e outro decidiu deixar a empresa, mas são coisas normais em uma partnership”, afirma Xavier. “Mas eram pessoas que estavam há 18 anos conosco, acho que não dá para dizer que o ambiente era ruim”, destaca. Xavier lembra também que a gestora conta hoje com 125 pessoas.

Com relação ao impacto no dia a dia da gestão, a SPX lembra que os dois sócios que saíram faziam parte das áreas comandadas por Xavier, em juros, e Bruno Pandolfi, de moedas, que vão continuar na empresa, concentrando as principais posições. As equipes em questão contam ainda com mais de 10 profissionais dedicados.

Gestor de ações da Adam

Ao mesmo tempo, a SPX reforçou seu time de ações com a vinda de Fernando Gonçalves, que estava na concorrente Adam Capital. Gonçalves, que já passou também pelo Merryl Lynch, JP Morgan e Gávea, atuará na equipe de Leonardo Linhares, com foco em ações internacionais.

Outra mudança foi a migração de Bruno Mafra, até então responsável por commodities, para assumir função executiva na empresa. Em seu lugar, entrou Ylan Adler, após 8 anos integrando a equipe e na sociedade desde 2014.

Para a SPX, as alterações na estrutura organizacional da SPX fazem parte de um processo natural de uma partnership dentro de um ambiente meritocrático. “Entradas e saídas devem ser analisadas com cautela, e se bem compreendidas, vistas como parte desse processo”, diz em nota. A gestora conta com uma equipe sólida, espalhada em quatro escritórios e atuando de maneira global. “Essa estrutura, permite a gestora capacidade de continuar atraindo e retendo talentos, dando continuidade à gestão apresentada desde o início do seu histórico”, afirma a nota.

Além disso, não houve mudanças nos membros do comitê executivo, que seguem sendo responsáveis pela maior parte das decisões da asset, e que incluem, além de Xavier e Pandolfi, Daniel Schneider e Leonardo Linhas.

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