Fintech: não importa o tamanho da sua empresa, ela pode se tornar uma

Para entender esse movimento, é preciso contextualizar você, leitor, neste mercado. Desde a primeira Revolução Industrial no século 18, negócios que exploram diferentes nichos de mercado crescem aplicando novas soluções em seus
processos.

As fintechs surgiram a partir de 1998 com o PayPal, nos Estados Unidos. Esse movimento tomou força logo após a crise financeira americana de 2008. Em 2010, surgiu a primeira fintech brasileira, a Toro Investimentos.

A proposta inicial das fintechs era oferecer produtos financeiros básicos, como conta digital e meios de pagamento simples, a partir de uma operação majoritariamente baseada em tecnologia, sem os pesados custos dos bancos comuns, que, diga-se de passagem, também estão se transformando em bancos digitais.

Algumas "techs" financeiras já se tornaram tão especializadas que conseguem entregar serviços como:

  • – Pagamentos dos mais diversos tipos;
  • – Linhas de crédito e adiantamento de recebíveis;
  • – Seguros;
  • – Gestão financeira;
  • – Cartões personalizados;
  • – Transações de pagamento de criptomoedas para moeda Fiat (moeda local), entre outras opções mais direcionadas ao B2B.

Como a fintechização está transformando as empresas

Dentro dessa nova realidade, o varejo, empresas como Magalu, Mercado Livre, iFood, foram as mais impactadas por esse movimento, conhecido como Fintail. Inicialmente, só era utilizado para as plataformas de pagamento, subsequente transformou qualquer loja física ou e-commerce em uma plataforma de oferta de diversos serviços bancários aos seus clientes. Com isso, não só economiza etapas na experiência do usuário como transfere para si parte dos ganhos dessas operações. Uma receita que antes não tinha.

Essa estratégia é baseada no modelo "embedded finance", que consiste em trazer múltiplas soluções tecnológicas com foco em desenvolver produtos financeiros para qualquer negócio, seja de base digital ou não. Consiste em trazer a etapa de pagamento para a própria empresa e/ou plataforma, oferecendo crédito, produtos bancários, criação de conta digital própria, cashback, programas de fidelidade e de recompensa, iniciadores de pagamento, entre outras soluções.

A entrega dessa estrutura de operação é chamada de Banking as a Service (BaaS): um modelo que hoje se encaixa perfeitamente nos mais diversos segmentos de empresas do mercado, como marketplaces, varejo físico, indústria e o setor de educação, entre outros.

Para dimensionar um pouco o efeito do BaaS nas empresas, recentemente a Apple anunciou que está entrando no mercado de fintech, assim como a Amazon já o faz. Olhando os resultados da Apple no 3o trimestre de 2023, ela teve uma queda de 2,5% nas vendas de iPhone, mas um aumento de 8% em serviços.

Já a Amazon aumentou em 9% o faturamento em serviços por assinatura no mesmo período.

O que esse cenário mostra é que, ao calcular esses percentuais de ganho da Apple e Amazon, por exemplo, 0,3%, e considerar que esse percentual esteja retornando para o caixa dessas empresas, podemos imaginar uma matemática semelhante para o caixa da sua empresa.

Quem pode ter uma operação dessas própria?

  • – Empresas em geral com mais de R$ 10 milhões de faturamento por ano;
  • – Marketplaces e varejo;
  • – Empresas de sistemas de ERP;
  • – Redes de franquias;
  • – Indústria dos mais diversos segmentos, com base em diversos fornecedores;
  • – Entidades educacionais e EAD;
  • – Segmento de construção e imobiliário, entre outros.

Apostar neste setor e incorporar uma operação dessas dentro do negócio traz algumas vantagens, como a rentabilidade sobre as operações de transações de compra e venda, facilidade com pagamentos, melhora a relação com o consumidor, além de fidelizar clientes e criar novas linhas de receita.

Mas como a lua tem dois lados, antes de entrar nesse modelo de operações, é necessário estudar um pouco o mercado e encontrar a melhor solução para o seu negócio, que tenha não só as melhores taxas, mas também uma infraestrutura que esteja cem por cento comprometida com a entrega, com uma tese alinhada com o propósito da sua operação.

A inovação por meio da tecnologia é um processo natural em qualquer setor. Faz parte do nosso DNA buscar novas formas de fazer qualquer coisa. E devido à proliferação do setor financeiro, esse setor tem incorporado muitas das inovações tecnológicas que estão mudando todas as bases do segmento.

A partir desse movimento, as empresas conseguem centralizar a execução de vários serviços em um mesmo lugar. Sendo possível se reinventar, integrar e automatizar operações e serviços financeiros, reduzindo despesas, captando novos clientes e aumentando o valor do valuation do negócio.

A onda de fintechização se consolida cada vez mais no cenário das empresas. É algo que vem causando certo impacto no setor financeiro. E, ao que tudo indica, esse movimento tende a se acentuar cada vez mais.

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