Impasses sobre a Lei de Privatização 

STF estende prazo para governo e Eletrobras (ELET3) chegarem a acordo sobre Conselho de Administração

Ministro Kassio Nunes Marques concede mais 90 dias para negociações entre a União e a Eletrobras sobre a participação no Conselho de Administração da empresa.

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O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), estendeu nesta quarta-feira (18) por mais 90 dias o prazo para que o governo federal e a Eletrobras (ELET3) cheguem a um acordo sobre a participação da União no Conselho de Administração da empresa.  

Mais 90 dias para acordo entre governo e Eletrobras 

A decisão atende a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Eletrobras de terça-feira (17), e permite mais tempo para negociações. Essa é mais uma das tentativas de conciliação entre as partes, após a privatização da Eletrobras em 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).  

O processo está sendo mediado pela Câmara de Mediação e Conciliação da Administração Pública Federal, que busca uma solução que equilibre os interesses do governo federal e da empresa, agora de controle privado. 

Pedido do governo e Eletrobras 

Em agosto deste ano, o ministro já havia concedido uma extensão de 45 dias para as negociações, reconhecendo a complexidade da questão. No documento conjunto apresentado na época, a União e a Eletrobras argumentaram que, devido à natureza do caso, seria necessário mais tempo para discutir e resolver pontos críticos.  

“Tal cuidado é essencial para garantir a segurança jurídica, assegurando que todas as questões sejam resolvidas de maneira abrangente e definitiva, proporcionando estabilidade e confiança para todas as partes envolvidas”, informava as partes em agosto.  

Impasses sobre a Lei de Privatização 

O centro do impasse está na constitucionalidade de uma parte da Lei 14.182/2021, que autorizou a privatização da Eletrobras. Essa lei, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Bolsonaro, estabeleceu que nenhum acionista, incluindo a União, pode exercer poder de voto superior a 10% do total de ações, mesmo que possua uma fatia maior da companhia.  

O governo federal, por meio da AGU, questiona essa limitação, argumentando que ela reduz a influência da União nas decisões da empresa.