BALANÇO

Temporada de Balanço: Confira as apostas e decepções segundo o BTG Pactual

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Investing.com – Os analistas do BTG Pactual apostam nos setores de construção civil, químico e na Vale como as maiores surpresa da temporada de balanços do segundo trimestre, considerando o lucro líquido das empresas que o banco realiza cobertura. Na ponta negativa, o BTG acredita que as maiores decepções virão nos setores siderúrgicos, financeiro (exceto bancos) e bens de capital.

Veja abaixo os destaques por setor:

Construtoras

A construção civil foi um dos poucos setores a não ter sua atividade interrompida pelas restrições necessárias para o combate ao novo coronavírus. O BTG aposta que as empresas deverão trazer boas surpresas nesta temporada de balanços.

Ao todo, o BTG cobre 10 empresas do setor e prevê lucro para todas as empresas, com a exceção da Tecnisa. Essa é a única empresa para a qual o banco prevê prejuízo, de R$ 20 milhões, e está mais pessimista que o mercado na receita.

Para as 5 empresas que o mercado entrega um consenso, o BTG está mais otimista do que o ponto médio dos analistas. Para o banco, MRV, Eztec, Even (SA:EVEN3), Direcional (SA:DIRR3) e Cyrela (SA:CYRE3) deverão apresentar lucro entre 28% e 37% maiores do que a expectativa do mercado. As receitas deverão maiores entre 34%, no caso da Eztec, e até 145% superiores na Even.

Companhias Aéreas

Em relação ao setor de companhias aéreas, a perspectiva do BTG fica dividida. Para a Azul, o banco prevê um prejuízo menor do que o esperado pelo mercado, de R$ 570 milhões, contra R$ 764 milhões. Já a Gol (SA:GOLL4) deve decepcionar, com o BTG prevendo prejuízo de R$ 2,4 bilhões e o mercado, de R$ 743 milhões.

Em termos de receitas, o BTG prevê números menores do que o mercado para as duas aéreas, 54% inferior para a Gol e 30% a menos para a Azul.

Bancos

Dos 7 bancos cobertos pelo BTG, o banco é otimista em relação a quatro e pessimista em relação a dois. Os que devem surpreender são Banrisul, Banco ABC e Santander. Mais o maior destaque no lucro líquido deve ser o Bradesco (SA:BBDC4). O BTG prevê lucro de R$ 3 bilhões, enquanto o consenso do mercado está em R$ 1,3 bilhão.

Já as companhias que devem decepcionar são Itaú Unibanco e Banco do Brasil (SA:BBAS3). Não há dados de consenso do mercado para o Banco Inter (SA:BIDI4) e nem para as receitas dos demais bancos.

Bens de capital

O banco é fortemente pessimista em relação ao setor, prevendo lucro pior do que o mercado para 5 das 6 empresas observadas: Marcopolo, Iochpe-Maxion, Embraer (SA:EMBR3) e Tupy. Destas, o diferencial na estimativa da Tupy: o banco espera prejuízo líquido de R$ 31 milhões, enquanto o mercado está vendo lucro de R$ 70 milhões.

Há otimismo do banco em relação ao resultado da Randon: o BTG espera prejuízo de R$ 6 milhões, contra R$ 16 milhões do mercado.

Em termos de receita, as estimativas são favoráveis para Randon (SA:RAPT4) e Embraer e pessimistas para Marcopolo (SA:POMO4), Iochpe-Maxion (SA:MYPK3), Tupy (SA:TUPY3) e WEG.

Aluguel de carros e logística

Das 5 companhias analisadas pelo banco, há pessimismo em relação a três: Movida (SA:MOVI3), JSL (SA:JSLG3) e Tegma (SA:TGMA3). Para a última, o BTG espera prejuízo de R$ 11 milhões, enquanto o consenso estima lucro de R$ 39 milhões.

Do lado otimista estão Localiza (SA:RENT3) e Unidas (SA:LCAM3). Nessa ponta se destaca a primeira, em que o BTG prevê lucro de R$ 7 milhões contra prejuízo de R$ 65 milhões do mercado.

Em termos de receita o banco é otimista apenas em relação à Localiza.

Indústria química

O BTG apresenta números claramente otimistas para as duas empresas do setor que cobre, BR Distribuidora (SA:BRDT3) e Ultrapar (SA:UGPA3), tanto em termos de lucro quanto de receita.

O destaque fica para a BR Distribuidora: O banco prevê lucro de R$ 233 milhões enquanto o mercado espera R$ 11 milhões. Em receita, o resultado estimado é de R$ 17,2 bi contra R$ 15,6 bi dos analistas

Para a dona da Ipiranga, o BTG prevê lucro de R$ 162 mi contra R$ 122 mi do mercado e receita de R$ 18,8 bi contra R$ 14,5 bi.

Shoppings e Imobiliário

O setor de shoppings tem menos dados de consenso disponíveis no mercado. Das 7 empresas observadas, é possível fazer a comparação de expectativas para apenas duas delas: BR Properties (SA:BRPR3) e Iguatemi (SA:IGTA3). A perspectiva do BTG para ambas é otimista, sobretudo para a Iguatemi: o BTG espera prejuízo de R$ 9 milhões, enquanto o mercado estima prejuízo de R$ 32 milhões.

Em termos de receitas, a posição do banco é otimista em relação a Iguatemi, BR Malls (SA:BRML3), Multiplan (SA:MULT3) e Aliansce (SA:ALSO3) Sonae, e pessimista em relação à BR Properties. Para São Carlos e Log CP não há dados para nenhuma das métricas.

Educação

Estimando números otimistas para duas companhias e pessimistas para outras duas, a perspectiva do BTG em relação ao setor de educação é estável.

Os números do banco em termos de receita e lucro são positivos para Yduqs e Anima e negativos para Cogna (SA:COGN3) e Ser (SA:SEER3).

Destaca-se o diferencial da Cogna, para que o BTG estima prejuízo de R$ 31 milhões, enquanto o consenso do mercado está lucro em prejuízo de R$ 161 milhões.

Financeiro (exceto bancos)

Outro setor visto com forte pessimismo pelo BTG é o financeiro, exceto bancos. Das 7 empresas cobertas, a perspectiva do banco é negativa para 5: BB Seguridade (SA:BBSE3), B3, IRB (SA:IRBR3), Cielo (SA:CIEL3) e SulAmérica; e positiva para apenas uma, a Porto Seguro. Destaca-se a Cielo, cuja estimativa do BTG é de prejuízo de R$ 3 milhões, enquanto o mercado prevê lucro de R$ 50 milhões.

Não há dados de consenso para a Wiz. Em termos de receita, há consenso apenas para a SulAmérica: a estimativa do BTG está -0,1% abaixo.

Alimentação

A perspectiva do BTG para o setor de Alimentação é majoritariamente otimista. O banco prevê lucro acima do consenso do mercado para Marfrig (SA:MRFG3), M. Dias Branco (SA:MDIA3) e JBS (SA:JBSS3); e abaixo para BRF (SA:BRFS3) e Ambev (SA:ABEV3). O destaque é a Marfrig: o BTG espera lucro de R$ 836 milhões, enquanto o mercado estima R$ 430 milhões.

Em termos de receita, o BTG é otimista com 5 empresas, prevendo números negativos apenas para a BRF.

Saúde

Outro setor coberto pelo BTG, o de saúde, é visto pelo banco com otimismo em termos de lucro e pessimismo em termos de receita.

Considerando o lucro, os números são maiores do que o consenso do mercado para Odontoprev (SA:ODPV3), Alliar (SA:AALR3), Fleury (SA:FLRY3), Hapvida (SA:HAPV3) e Notre Dame. Entre esses destaca-se a Alliar: enquanto o mercado prevê prejuízo de R$ 77 milhões, o BTG espera que a perda seja de R$ 12 milhões. A previsão do BTG é pessimista para Qualicorp (SA:QUAL3).

Em termos de receita, devem surpreender Alliar e Notre Dame, enquanto Qualicorp, OdontoPrev, Fleury e Hapvida devem decepcionar.

Infraestrutura

A visão do BTG fica dividida para o setor de infraestrutura, em que duas empresas devem ter performance superior e duas inferiores em relação ao consenso do mercado. Para o banco, devem decepcionar a Santos Brasil e a Rumo (SA:RAIL3), enquanto a CCR (SA:CCRO3) e a EcoRodovias devem surpreender. Para a última, a estimativa do BTG é de lucro de R$ 32 milhões, enquanto o mercado fixa prejuízo de R$ 285 milhões.

Em termos de receita, o banco é otimista para CCR e Rumo e pessimista com Santos Brasil e EcoRodovias.

Metais

Outra posição forte do banco é o pessimismo em relação ao setor siderúrgico: o banco espera performance pior do que a prevista para o mercado para Usiminas (SA:USIM5), Gerdau (SA:GGBR4) e CSN (SA:CSNA3). Para a última, o BTG espera prejuízo de R$ 128 milhões, contra lucro de R$ 216 milhões previsto pelo mercado.

O pessimismo fica um pouco mais sutil no âmbito da receita: enquanto, para o banco, Usiminas e CSN ainda devam apresentar números abaixo do consenso do mercado, Gerdau deve surpreender.

Vale (SA:VALE3)

O banco é otimista em relação à Vale, única empresa coberta do setor de mineração. A expectativa de lucro é de R$ 2,2 bilhões, enquanto o mercado espera R$ 1,7 bilhão. Em termos de receita, o BTG estima R$ 7,77 bilhões, contra R$ 7,6 bilhões do consenso.

Petrobras

Única empresa observada do setor de petróleo, a Petrobras (SA:PETR4) é vista com forte pessimismo pelo BTG, que espera prejuízo de R$ 11,9 bilhões, contra estimativas de perda de R$ 4,8 bilhões do mercado. Para a receita, o BTG espera R$ 49 bilhões enquanto o mercado prevê R$ 54 bilhões.

Papel e celulose

O setor de celulose é outro em que a posição do BTG fica dividida: das 3 empresas observadas, uma deve ter lucro superior ao consenso do mercado, uma inferior e, para a terceira, não há dados disponíveis.

O BTG é otimista em relação à Klabin (SA:KLBN11): enquanto o mercado prevê prejuízo de R$ 784 bilhões, o BTG espera perda de R$ 443 bilhões. Já em relação à Suzano (SA:SUZB3) a perspectiva é pessimista: o banco espera prejuízo de R$ 2,6 bilhões, enquanto o mercado espera prejuízo de R$ 2,2 bilhões. As expectativas de receita seguem as de lucro.

Varejo

Um dos setores com mais empresas cobertas, o varejo, também tem suas perspectivas de lucro vistas com forte pessimismo pelo BTG: das 16 empresas analisadas, apenas duas devem surpreender, enquanto sete devem decepcionar e, para as demais, não há dados de consenso.

As que são vistas com otimismo são Burger King (SA:BKBR3) e Lojas Renner (SA:LREN3). O pessimismo, por sua vez, é fica para Grupo Pão de Açúcar, Carrefour (SA:CRFB3), Hering (SA:HGTX3), Via Varejo (SA:VVAR3), Hypermarcas (SA:HYPE3), Natura (SA:NTCO3) e Raia Drogasil (SA:RADL3), que recebe previsão de lucro de R$ 36 milhões do BTG, contra R$ 198 milhões do mercado. Destaca-se ainda a Natura: enquanto o BTG espera prejuízo de R$ 338 milhões, o mercado vê lucro de R$ 154 milhões.

A Via Varejo, segundo o BTG, deverá mostrar prejuízo de R$ 62 milhões, bem abaixo do lucro de R$ 37 milhões do consenso do mercado. A receita também deverá ficar menor, com R$ 5,63 bi, contra R$ 6,04 bi

Em termos de receita, Magazine Luiza (SA:MGLU3), Arezzo (SA:ARZZ3), Burger King e Lojas Renner devem surpreender, enquanto Grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Hering, Via Varejo, Hypermarcas, Natura, Raia Drogasil e Centauro (SA:CNTO3). Não há dados de consenso para Marisa.

Telecomunicações, tecnologia e mídia

A posição do BTG para o setor de telecomunicações, tecnologia e mídia é otimista. O banco prevê números de lucro acima do consenso do mercado para Linx (SA:LINX3), TIM e Telefônica; e abaixo para Totvs (SA:TOTS3). Destaca-se a Tim (SA:TIMP3), em que a previsão do BTG é de lucro de R$ 307 milhões, contra R$ 257 milhões do mercado.

Em relação à receita, o banco vê com otimismo Linx e Telefônica, e com pessimismo Totvs e Tim.

Serviços

Finalmente, o setor de serviços, amplamente coberto pelo banco, recebe números positivos para lucro e negativos para receita.

Em termos de lucro, o BTG vê com otimismo Transmissão Paulista, Sabesp), Equatorial, Energias do Brasil, Energisa, Sanepar (SA:SAPR11), Copasa (SA:CSMG3), CESP, Copel (SA:CPLE6), Alupar (SA:ALUP11), Taesa (SA:TAEE11) e Light, enquanto o pessimismo cai para Engie, Omega, Cemig e CPFL.

Considerando a receita, o banco estima números acima do consenso do mercado para Equatorial, Energias do Brasil, Sanepar, CESP, Cemig e Copel; e abaixo para Transmissão Paulista, Tractebel, Sabesp, Omega, Copasa, Alupar, CPFL (SA:CPFE3), Taesa e Light (SA:LIGT3).