Radar do IPO

Termina hoje (7) o período de reservas do IPO da Viveo; casas de análise não recomendam oferta

Com preço médio de R$ 22,87 por ação, a companhia poderá obter até R$ 662 milhões com a parcela primária da oferta

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Termina nesta quarta-feira (7) o período de reservas de ações para quem deseja participar do IPO (Oferta Pública Inicial, da sigla em inglês) da Viveo (VVEO3), empresa de distribuição de medicamentos e produtos hospitalares. As casas de análise Suno Research, Eleven Financial Research e Nord Research estudaram a oferta e não recomendam a entrada dos investidores.

Com preço médio de R$ 22,87 por ação, de acordo com a faixa indicativa, a companhia poderá obter até R$ 662 milhões com a parcela primária da oferta. Entre as aplicações para o recurso, a empresa destinará 50% do dinheiro ao crescimento orgânico e outros 50% para aquisições.

Conforme explica o relatório da Nord, a Viveo já domina a distribuição de produtos médico-hospitalares no Brasil, atendendo a cerca de 98% dos leitos privados no país. Contudo, a casa de análise indica que o mercado ainda é pulverizado: os doze maiores players representam por volta de 64% das vendas.

Em meio a esse cenário e mesmo com apenas 7% do market share, a empresa consegue faturar quatro vezes mais do que seu concorrente mais próximo, ainda segundo a Nord.

Diversificação nos negócios

Mesmo com a liderança do setor, a companhia não parou por aí e expandiu, principalmente por meio de aquisições, sua atuação na cadeia da saúde. Em seu relatório, a Eleven conta que a Viveo entrou no ramo da distribuição de vacinas em 2017, com a compra da Tecnocold.

Após essa operação, a distribuidora também adquiriu duas outras empresas: a Cremer, em 2018, e a Flexcotton, em 2020. Assim, a Viveo passou a atuar na fabricação de produtos médicos e de higiene pessoal.

Além disso, a empresa adquiriu uma fatia da startup Far.Me, voltada para os farmacoterápicos, e aguarda a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para concluir as aquisições de Daviso e FW, focadas na produção de lenços umedecidos.

Riscos na oferta

Contudo, mesmo destacando os pontos positivos que essa diversificação, proporcionada pela onda de aquisições, traz ao negócio, as três casas de análise enxergam riscos na operação e não recomendam a entrada dos investidores.

Para a Suno, o preço não condiz com as incertezas que a tese de investimentos apresenta. Entre elas, a casa de análise cita a pressão do custo das matérias-primas utilizadas na fabricação têxtil, como o algodão, e possíveis riscos na implantação do projeto de crescimento via aquisições, por exemplo.

A Nord concorda e afirma que, se a Viveo não “acertar em cheio” nas próximas compras, sua capacidade financeira para novas aquisições poderá ser prejudicada. Por fim, a Eleven ressalta que a empresa negocia a múltiplos elevados — 14,3x EV/Ebitda em 2021 e 11x EV/Ebtida em 2022 — na comparação com a mediana do setor de saúde brasileiro e de distribuidoras de medicamentos norte-americanas.