Por Rodrigo Viga Gaier, da Reuters – A Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento autorizou emenda ao projeto Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2022 que amplia em quase R$ 300 milhões os recursos destinados ao censo demográfico, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) nesta sexta-feira (15).
Segundo o IBGE, em ofício enviado à Advocacia Geral da União (AGU), a secretaria do Tesouro informa que "é possível" a ampliação do orçamento do censo, conforme previsto em comunicado feito ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Os recursos complementares, cerca de R$ 300 milhões, sairão do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), supervisionado pelo Ministério da Economia.
O censo, que é uma espécie de fotografia detalhada da sociedade brasileira, não foi realizado no ano passado e nem neste ano por conta da pandemia de Covid-19. O último censo data de 2010, e o normal é que a pesquisa seja realizada a cada dez anos.
O IBGE demandava mais de R$ 3 bilhões para o censo, mas o governo previu apenas R$ 2 bilhões em seu projeto orçamentário original, que ainda precisará ser aprovada pelo Congresso, agora com a emenda que prevê o recurso adicional.
Dione de Oliveira, representante da associação de funcionários do IBGE, diz que a verba de R$ 2,3 bilhões para o censo ainda está desatualizada e pode ser insuficiente para uma boa pesquisa.
“Ainda assim deixa em risco o censo, porque somente R$ 2 bilhões foram designados para pagar os trabalhadores temporários do censo. Ou seja, R$ 2 bilhões ou R$ 2,3 bilhões é um censo rebaixado. Ele pode ir a campo e não ser concluído", disse ela à Reuters. "Pode ser um censo inconcluso e mal feito".