A ação ordinária da Linx, empresa de software de varejo, subiu impressionantes 31,50% em um único pregão na terça-feira da semana passada (11). O motivo? A companhia de pagamentos Stone, listada nos Estados Unidos, ofereceu R$ 6 bilhões para comprar a companhia.
A movimentação antes do anúncio oficial da proposta fez a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abrir uma investigação para verificar se não houve inside trading, ou seja, investidores com informações privilegiadas.
No dia seguinte, a Fama Investimentos, que tem 3% do capital social da companhia de software, lançou uma carta refutando e lamentando "veementemente os termos estabelecidos na transação entre Linx e Stone". Na visão da gestora, pontos nos comunicados "ferem nitidamente os bons princípios de governança corporativa", como a maior remuneração para acionistas majoritários, ferindo a isonomia entre investidores.
A Totvs entra no páreo
Foi na última sexta-feira (14) que a empresa brasileira Totvs apareceu, brigando pela compra da Linx com uma proposta de R$ 6,1 bilhões que seria enviada em 11 de agosto (mesmo dia do anúncio da Stone). Resultado? Mais 12,60% de valorização nas ações da Linx.
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Na segunda-feira (17), a Totvs ameçou ir à Justiça contra a oferta da Stone em comunicado divulgado ao mercado: "reafirma, assim, a TOTVS, a sua intenção de, se concluída a transação objeto da sua proposta, questionar, pelos meios legais cabíveis, a legalidade do referido ônus e a lesão ao interesse e à soberania dos acionistas da Linx S.A".
O que pode acontecer?
A briga continua entre os acionistas da Linx. Na oferta da Stone, os majoritários recebem prêmio de cerca de 30% do valor das suas ações. Já na proposta da Totvs, todos os investidores receberiam o mesmo montante.
A briga pode chegar à Justiça, como aventado pela Totvs. Além disso, pode ser que um novo acordo seja elaborado pela Stone, na tentativa de conter os ânimos dos acionistas.