China

Trump fala em acordo provisório com a China e acalma investidores; bancos sobem na Europa e Ibovespa indica alta

Os mercados mundiais estão mais tranquilos hoje. Estados Unidos e China voltaram a dar sinais de retomada das negociações comerciais depois de um impasse de várias semanas em agosto. Ontem, o presidente Donald Trump afirmou que consideraria um acordo comercial preliminar com a China. Acrescentou que preferiria chegar a um acordo abrangente, mas vai considerar um de caráter provisório.

Como outro sinal de que as relações tensas estão diminuindo, a China sugeriu anteriormente de que estaria se preparando para reiniciar suas importações de produtos agrícolas dos Estados Unidos.

Segundo a agência japonesa NHK, o Ministério do Comércio disse que as companhias chinesas estão interpelando sobre os preços de soja e de carne suína dos Estados Unidos. A divulgação veio logo depois dos Estados Unidos terem anunciado que adiarão a implementação do aumento de tarifa adicional sobre artigos chineses.

A notícia animou os mercados financeiros e os investidores. As bolsas na Ásia fecharam em alta com o Índice Nikkei, do Japão, subindo 1,05% e o da Bolsa de Xangai, 0,75%. Na Europa, o Índice Stoxx 600 está em alta de 0,30%, com o DAX, de Frankfurt, subindo 0,60% e o CAC, de Paris, 0,41%. Os bancos são destaque no mercado, após o Banco Central Europeu (BCE) tornar os juros ainda mais negativos, mas preservar a remuneração dos depósitos das instituições menores com taxas melhores sobre seus depósitos. Os incentivos via recompra de títulos dos bancos e os pedidos para que os governos europeus aumentem os gastos para estimular a economia também ajudam a melhorar o humor dos mercados.

Em Nova York, no mercado futuro, o Índice Dow Jones sobe 0,38%, o Standard & Poor’s 500, 0,26% e o Nasdaq, 0,23%. O ouro segue em alta, de 0,48% e o petróleo WTI, negociado em Nova York, sobe 0,36%, para US$ 55,28.

No Brasil, o Índice Bovespa futuro sobe 0,44%, acompanhando os mercados internacionais, aos 105.240 pontos. Hoje é feriado na China, o que pode reduzir um pouco as oscilações dos papéis de commodities, como a Vale. Ontem, a mineradora informou que suspendeu trabalhos em uma frente de lavra na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, Minas Gerais, por determinação da Agência Nacional de Mineração (ANM), que entendeu que uma das frentes está ultrapassando os limites das reservas aprovadas pela agência. A Vale diz que vai recorrer da decisão e que a medida não impactará a produção da mina de Brucutu.  

No Brasil, o mercado acompanha a recuperação do presidente Jair Bolsonaro, que terá de ficar mais quatro dias internado para se recuperar da cirurgia de hérnia. O desgaste do ministro da Economia, Paulo Guedes, após a demissão do secretário da Receita, Marcos Cintra, também devem estar no radar dos investidores, assim como as alternativas para a CPMF, vetada por Bolsonaro.

Dividendos no lugar da CPMF

As discussões devem continuar em torno da reforma tributária, avalia a XP Investimento. Sem CPMF, ganha mais força no governo a ideia de replicar o discurso de cassa a privilégios que funcionou na Previdência por meio da taxação de quem tem renda maior via tributação de dividendos e revisão sobre aplicações financeiras. Além disso, de acordo com a mídia local, Guedes estaria se aproximando da reforma proposta pelo Congresso e discutindo formas de financiar a desoneração da folha de pagamento.

Outra fonte de atenção do mercado será com a reforma da Previdência no Senado. Os senadores, que já dividiram o projeto em duas propostas de emendas, uma de consenso e outra com os pontos mais polêmicos, agora pensam em mais uma divisão. A PEC das polêmicas seria dividida e a parte relativa à reforma dos Estados seria votada à parte. As idas e vindas e mudanças no texto preocupam os analistas, que temem uma desidratação da reforma no Senado, onde todos esperavam uma tramitação rápida e tranquila.
 

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