Em 3 de novembro, o novo presidente dos Estados Unidos, maior economia mundial, será escolhido. Segundo relatório da Amcham Brasil, a câmara de comércio norte-americana, a agenda econômica mundial e o Brasil poderão ser afetados de diferentes formas a depender da vitória de Donald Trump ou Joe Biden.
O candidato à reeleição, Donald Trump, enfatiza a remoção das restrições às atividades econômicas e controle dos gastos governamentais para superar a crise. Já o democrata Joe Biden propõe a ênfase em recursos federais para a recuperação econômica e investimentos que gerem um equilíbrio maior na área da saúde.
Está marcado para o dia 29 de setembro o primeiro debate presidencial das eleições que dirão muito sobre como o mundo lidará com os problemas sociais e econômicos criados ou fortalecidos pela pandemia que ainda assola vários países do mundo.
E o Brasil com isso?
No caso da vitória de Trump, a agenda de retomada econômica dos EUA terá viés mais nacionalista, com tendências protecionista na área de comércio e pontos de conflito em relação à América Latina e o Brasil.
Caso Biden vença, o país pode esperar o engajamento renovados dos Estados Unidos nas políticas internacionais e o foco em temas como mudança do clima, preservação da Amazônia e direitos de minorias, assim como o comportamento observado nos países europeus.
O relatório ressalta, porém, que a aprovação das medidas pretendidas de um ou outro postulante depende não apenas de uma vitória na Casa Branca, mas também da formação de maiorias republicanas ou democratas na Câmara dos Representantes, que equivale à nossa Câmara dos Deputados, e no Senado americano.
A agenda democrata
Adversário de Trump, Joe Biden aparece à frente nas pesquisas eleitorais. A última, realizada pelo Instituto Ipsos e pela Reuters entre 19 e 25 de agosto, colocava o candidato democrata com sete pontos de vantagem.
A diferença nas intenções de voto reflete, além das posições ideológicas dos eleitores e as tradições de cada estado em votar no partido liberal ou conservador, as distinções nas propostas de cada candidato para a agenda pós-covid.
Biden, que foi vice-presidente durante o governo de Barack Obama, propõe o aumentos nos gastos federais para estimular a economia através da expansão do financiamento para o seguro-desemprego. O programa de recuperação também contempla ações de curto prazo e uma licença remunerada de emergência para todos os trabalhadores afetados pela pandemia.
Na área da saúde, o democrata aposta na redução das desigualdades na prestação dos serviços de saúde e no aprimoramento de mecanismos para a prevenção de futuras pandemias.
Trump sem mudanças
Já o candidato à reeleição, Donald Trump, montou um plano que consiste na redução do déficit de gastos e limitação do crescimento da dívida interna. Os republicanos acreditam que facilitar a retomada do setor privado e do ambiente negócios é mais eficiente do que ajudar empresas ou indivíduos diretamente afetados pela pandemia.
Em relação a saúde, Trump aposta tudo em uma nova vacina. Além da aquisição de mais de 100 milhões doses do produto desenvolvido pela Moderna, seu programa consiste em acelerar o desenvolvimento e a aprovação de outras vacinas, mesmo que nem todos os seus riscos sejam completamente conhecidos.
Para a política externa, não há mudanças em vista. O republicano mantém seu discurso de prioridade dos norte-americanos para uma vacina produzida com recursos federais. Além disso, ele segue em suas críticas à OMS (Organização Mundial da Saúde) e à ONU (Organização das Nações Unidas), baseadas no fato de os Estados Unidos serem os principais financiadores de tais instituições. Para Trump, esse é um fardo excessivo e desproporcional em relação a outros membros das organizações.