A Usiminas (USIM5) planeja entrar com uma petição no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) contra uma decisão recente que permite que sua rival Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) (CSNA3) detenha uma participação superior a 5,0% na empresa. As informações são de Tatiana Bautzer, para a agência Reuters.
A CSN havia sido mandatada pelo CADE em 2014 para vender a participação de 17,0% que detinha na Usiminas dentro de cinco anos. Em 2019, a CSN conseguiu uma prorrogação de mais três anos para concluir a venda.
Com a aproximação do segundo prazo, em 2022, a CSN mais uma vez pediu a dispensa, e desta vez o superintendente do CADE Alexandre Barreto decidiu que não havia mais necessidade de vender a participação, desde que a CSN não votasse nas assembleias de acionistas.
A CSN vendeu parte da participação ao longo dos anos e atualmente detém 12,90% do capital da Usiminas, segundo dados da B3 (B3SA3). A CSN detém 15,10% das ações ordinárias da Usiminas e 10,0% do capital preferencial.
A Usiminas planeja entrar com uma petição no CADE contra a decisão, com a alegação de que uma decisão do superintendente sozinha não poderia reverter uma decisão anterior votada por todos os conselheiros do CADE, de acordo com duas pessoas com conhecimento do assunto disseram à Reuters.
A empresa também planeja afirmar que, ao longo dos anos, a CSN não agiu como um investidor passivo e que as decisões do CADE deram tempo excessivo à CSN para desinvestir, acrescentaram as pessoas, que pediram anonimato à Reuters porque não estão autorizadas a discutir o assunto publicamente.
A CSN não comentou imediatamente o assunto. CADE e Usiminas não quiseram comentar.
(De Tatiana Bautzer, para a agência Reuters)