Após a tragédia do rompimento de uma barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), na sexta-feira (25), que deixou pelo menos 58 mortos, a mineradora Vale, responsável pela barragem, enviou dois fatos relevantes para a Bolsa de Valores de São Paulo. Os comunicados ao mercado financeiro foram feitos na noite de ontem (27), após reunião extraordinária do Conselho Adminstrativo da empresa.
O primeiro informa sobre a decisão da Justiça de bloquear bens da mineradora no valor total de R$11 bilhões, além de determinar que a Vale “adote as medidas necessárias para garantir a estabilidade da barragem VI do Complexo Mina do Córrego do Feijão, se responsabilize pelo acolhimento e integral assistência às pessoas atingidas”, dentre outras obrigações, informa o comunicado.
A empresa informa também que recebeu sanções administrativas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no valor de R$ 250 milhões, e pelo Estado de Minas Gerais, em R$ 99 milhões.
O segundo comunicado informa sobre a constituição de dois Comitês Independentes de Assessoramento Extraordinário (Ciae) ao Conselho de Administração. O Ciae de Apoio e Reparação acompanhará as providências tomadas para assistência às vítimase e recuperação da área atingida. O Ciae Apuração se dedicará a buscar as causas e responsabilidades pelo acidente. Ambos serão coordenados e compostos por “maioria de membros externos, independentes, de reputação ilibada e com experiência nos temas de que se ocuparão, a serem indicadas pelo Conselho”.
O Conselho determinou também a suspensão da Política de Remuneração aos Acionistas, ou seja, o não pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio, bem como deliberações sobre recompra de ações. Além disso, foi suspenso o pagamento da remuneração variável aos executivos.
A Vale encerra o comunicado informando que o Conselho de Administração “permanece em prontidão e acompanhando a evolução dos eventos relativos ao rompimento da barragem e tomará as medidas adicionais necessárias”.