Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – A Vale (VALE3) anunciou que a sua produção de minério de ferro no primeiro trimestre de 2022 ficou em 63,928 milhões de toneladas. O resultado não foi uma surpresa para o Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34), que também acredita que o mercado já esperava por números similares. Ainda assim, o desempenho ficou aquém das expectativas e afeta as estimativas para o Ebitda da companhia.
Às 12h45, as ações da Vale caíam 3,44%, a R$ 84,66.
A produção ficou 8% abaixo das estimativas do Goldman Sachs, que mesmo assim considera o resultado neutro, apesar dos volumes do Sistema Norte terem sido decepcionantes na sua percepção. O banco considera que os números implicam em um Ebitda de US$ 6,8 bilhões para o 1T22, um pouco acima dos US$ 6,7 bilhões previstos anteriormente.
Já o Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) (BofA) considerou os números da Vale fracos para o trimestre, impactados por chuvas torrenciais e atrasos no licenciamento. O BofA é um pouco menos otimista para o Ebitda da mineradora e estima que o indicador ficará em R$ 6,6 bilhões no trimestre.
O Goldman Sachs avalia que as entregas de minério de ferro da Vale devem ficar pouco acima do patamar mínimo da faixa apresentada pelo guidance para 2022, que gira entre 320 e 335 milhões de toneladas.
O valor também gira próximo das expectativas recentes divulgadas pela Vale para o cobre, que espera um produção entre 330 e 355 milhões de toneladas por causa da parada de manutenção mais prolongada no Sossego.
Ainda assim, esse resultado pode ser um desafio na visão do Goldman Sachs, já que seria necessário um crescimento marginal de 5% na comparação anual nas produções dos próximos trimestres, levando em conta o fraco desempenho da produção de minério de ferro e cobre até então.
Um ponto que pode ser levado em consideração para alcançar esse resultado é o que o discurso pró-crescimento da China e os estímulos recentes que devem melhorar a demanda por commodities no país asiático.
Porém, não se pode descartar que os dados recentes da indústria imobiliária chinesa estão mais fracos do que os esperados, o que pode indicar uma desaceleração na demanda por aço e minério de ferro.
O Goldman Sachs mantém a recomendação neutra sobre as ADRs da Vale, com preço-alvo em US$ 19,50. O BofA também se mantém neutro, com preço-alvo para as ADRs em US$ 20 e para as ações negociadas na B3 (B3SA3) em R$ 107.