A pandemia de Covid-19 impactou as movimentações financeiras da maior parte das empresas, refletiu na economia em geral e fez com que muitos consumidores se endividassem ou não tivessem como liquidar as dívidas já existentes.
Com isso, o percentual de famílias endividadas no Brasil chegou 67,3% do total em março deste ano, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), sendo esta a segunda maior porcentagem da série histórica.
"A situação realmente é preocupante, mas também se apresenta como uma oportunidade, pois, onde se tem muitas pessoas devendo se tem também muitas empresas também querendo receber. Isso faz com que o momento seja bom para negociação", explica Afonso Morais, sócio da Morais Advogados Associados.
Veja, a seguir, algumas dicas que o especialista preparou para ajudar a negociar com os credores em tempos de crise:
• Organize as finanças para visualizar o valor das suas despesas, pelo menos, pelos próximos três meses, incluindo todas as dívidas já existentes.
• De acordo com o que você tem de reserva financeira disponível e com as previsões de entradas em caixa, você vai saber quanto de dinheiro pode destinar para o pagamento das despesas já existentes.
• Procure todos os credores e proponha uma renegociação. Em primeiro lugar, solicite um aumento de prazo para pagamento, aumentando o prazo de pagamento e diminuindo o valor mensal das parcelas, colocando na mesa o valor que você tem disponível para parcelar.
• Com atual situação da pandemia, com a redução dos negócios, emprego e da atividade econômica, os credores estão mais flexíveis em renegociar a dilação de prazos de pagamento, sem aumentar a parcela.
• O importante é saber quanto você pode pagar para fazer com que a negociação atinja esse patamar. Caso contrário, você pode não conseguir honrar o novo acordo.
• Nas negociações, é possível utilizar alguns argumentos jurídicos, tais como: teoria da imprevisão, caso fortuito e força maior e modificação de cláusulas contratuais. Pode ser interessante procurar uma consultoria jurídica para as melhores formas de concluir um acordo.
• Priorize o pagamento das dívidas relacionadas a serviços essenciais ou aquelas que tenham uma taxa de juros mais alta. Essas devem ser liquidadas primeiramente.
• Reveja os contratos assinados com seus credores: em muitos casos já existem cláusulas que preveem medidas especiais em casos extraordinários, como é o que estamos vivenciando agora. Se o documento contemplar algo nesse sentido, você pode utilizar essa cláusula para recorrer ao credor.
• Reveja seus gastos e seu custo de vida. Isso pode ajudar a evitar que se contraia dívidas maiores com os fornecedores já existentes.
• Identifique as despesas que podem ser cortadas nesse período para que você tenha mais recursos para liquidá-las.
Com informações de Assessoria Grupo Alliance.