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Veja as principais notícias dos mercados globais desta quinta-feira (20)

Lula volta a sinalizar chapa com Geraldo Alckmin para disputar as eleições presidenciais, Joe Biden reconhece que a agenda de reforma econômica empacou e preços ao produtor alemão subiram 24% no ano; veja detalhes

Dólar
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O ex-presidente Lula (PT) volta a sinalizar uma possível chapa com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (sem partido), o que agrada ao mercado.

Joe Biden admite que sua agenda de reforma econômica está paralisada, mas disse que apoia as intenções do Federal Reserve de reduzir a inflação.

Ele foi menos claro sobre o que pretende fazer se a Rússia invadir a Ucrânia pela segunda vez em oito anos, um cenário que ele admitiu ser provável.

Os preços ao produtor alemão subiram 5% em dezembro e 24% no ano, mas a presidente do BCE, Christine Lagarde, ainda acredita que a dinâmica da inflação na zona do euro não seja tão ameaçadora quanto nos EUA.

O governo dos EUA divulga pedidos de seguro-desemprego e dados de estoques de petróleo.

A Netflix (NASDAQ:NFLX) lidera a lista de empresas que relatam resultados.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quinta-feira, 20 de janeiro:

1. Lula moderado

Com sinais de que as eleições deste ano tomam forma, o ex-presidente Lula (PT) defendeu o antigo rival Geraldo Alckmin (sem partido) e disse que não teria “nenhum problema” em formar uma chapa com o ex-governador.

O acordo político dependeria da filiação do ex-tucano ao PSB ou a alguma sigla que faça coalizão com o partido do ex-presidente.

Lula também disse que uma aliança com Alckmin ajudaria a viabilizar um projeto de reforma tributária.

Os comentários foram interpretados pelo mercado como uma sinalização de uma postura moderada do ex-presidente.

Junto com um cenário favorável no exterior, o dólar caiu para abaixo dos R$ 5,50 pela primeira vez em dois meses e o Ibovespa, que já operava em alta, renovou suas máximas intradiárias, passando a saltar 1,79% aos 108.571 pontos e encerrou o dia aos 108.013 pontos.

Às 09h02, o Ibovespa Futuros avançava 1,41%. 

Ainda no noticiário político, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu o reajuste salarial prometido aos policiais federais, rodoviários federais e do departamento penitenciário nacional.

A decisão vem após protestos de servidores de outras categorias que também pediram por reajustes.

De acordo com Bolsonaro, todos os servidores receberam um aumento salarial no Orçamento de 2023.

2. Biden reconhece o impasse da política

O presidente Joe Biden admitiu que suas tentativas de aprovar o projeto de lei 'Build Back Better', o coração de sua agenda econômica, efetivamente pararam.

Em sua primeira grande entrevista coletiva do ano, Biden também reconheceu que seus planos de resistir às mudanças nas leis eleitorais impulsionadas pelos republicanos provavelmente não teriam sucesso, depois que dois senadores democratas recusaram os planos de enfraquecer os poderes de obstrução do Senado.

Biden também indicou apoio às intenções amplamente sinalizadas do Federal Reserve de aumentar acentuadamente as taxas de juros este ano, a fim de reduzir a inflação.

Além daos problemas da Casa Branca, Biden também deu uma resposta pouco clara quando perguntado sobre possíveis respostas a uma invasão russa da Ucrânia.

Biden disse que espera que a Rússia “aproxime-se” da Ucrânia, mas não deu respostas claras sobre qual seria a resposta dos EUA.

Ele sugeriu restringir a capacidade dos bancos russos de processar dólares, uma medida que anteriormente foi considerada um choque muito grande para o sistema financeiro global liderado pelo dólar.

3. Mercado de ações americanas

Os mercados de ações dos EUA devem abrir com um salto modesto – como também haviam feito antes da abertura na quarta-feira, antes de serem superados por temores de inflação e taxas de juros mais altas.

Às 08h56, os futuros da Nasdaq 100 subiam 0,77%, enquanto os da Dow Jones e da S&P 500 avançavam 0,30% e 0,44%, respectivamente. 

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem a Amazon (NASDAQ:AMZN), que anunciou que abrirá sua primeira loja de moda física na Califórnia, e a United Airlines (NASDAQ:UAL), que admitiu na quarta-feira (19) que levará mais um ano para voltar aos níveis de capacidade de 2019.

Os resultados da Netflix são o destaque da sessão tardia, enquanto as operadoras ferroviárias Union Pacific (NYSE:UNP) e CSX (NASDAQ:CSX) relatam mais cedo, assim como a Travelers (NYSE:TRV), Baker Hughes e American Airlines (NASDAQ:AAL).

4. Dados sobre desemprego nos EUA e inflação na Europa

Os EUA divulgarão dados iniciais de pedidos de auxílio-desemprego da semana passada às 10h30, o que será mais interessante do que o normal depois que o relatório da semana passada mostrou sinais da última onda de Covid-19 que finalmente parece ter atingido os empregadores.

O calendário de dados já gerou alguns choques no exterior, com os preços ao produtor alemão em alta de 5% no mês e 24,2% no ano em dezembro, graças ao aumento dos preços da energia e outras interrupções na cadeia de suprimentos.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, reiterou que a dinâmica da inflação na zona do euro foi diferente da apresentada pelos EUA.

Enquanto isso, na China, o banco central cortou sua taxa de empréstimo principal de um ano para 3,7%, como esperado e prometeu mais apoio nos próximos meses.

5. Petróleo estagna após aumento de estoque nos EUA

Os preços do petróleo bruto foram pouco alterados, já que o último relatório de estoque dos EUA tirou o fôlego do rali desta semana.

O American Petroleum Institute informou na quarta-feira que os estoques de petróleo aumentaram 1,40 milhão de barris na semana passada, em vez de cair 1,4 milhão de barris como esperado.

Isso segue duas semanas de aumentos surpreendentemente fortes nos estoques de gasolina que sugeriram um enfraquecimento na demanda final.

Os dados do governo devem ser entregues às 12h30.

Às 08h59, os futuros de petróleo nos EUA recuavam 0,13%, a US$ 85,69 o barril, enquanto os de Brent caíam 0,29%, a US$ 88,18.