Por Geoffrey Smith e Leandro Manzoni, da Investing.com – O chairman do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, aparece na frente do Comitê Bancário do Senado e promete impedir que a inflação se torne 'entrincheirada'.
É provável que o presidente Joe Biden apoie a legislação patrocinada pelos democratas para substituir as leis estaduais que visam apertar os procedimentos eleitorais.
As ações devem sustentar o ímpeto a partir da segunda metade da sessão de segunda-feira.
A "Perspectiva Energética de Curto Prazo dos EUA" e os dados semanais de estoque da indústria de petróleo fornecem uma dupla nota de notícias para os mercados de petróleo.
No Brasil, a Ômicron não pressiona por medidas de restrição de circulação, mas afeta operações de empresas.
Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na terça-feira, 11 de janeiro:
1. Ômicron: sem lockdown, mas afastamento de funcionários impacta empresas
A variante Ômicron do coronavírus traz outro tipo de dor de cabeça à economia brasileira: o afastamento de funcionários contaminados.
Diferentemente das cepas anteriores em épocas sem vacinação em massa, nas quais o remédio seria restrições de circulação de pessoas com flerte ao lockdown, a quarentena de pessoas infectadas é a solução para evitar amplo contágio.
Estudos preliminares de que a Ômicron cause Covid-19 mais leve em relação em infectados levam especialistas a projetar que a doença respiratória está prestes de deixar pandêmica para endêmica (ou seja, doença comum), obviamente com a contribuição da vacinação.
Antes de esses cenários se confirmarem, a cautela leva empresas a conceder afastamento a funcionários infectados.
A manchete da capa do jornal O Globo desta terça-feira informa que o avanço da Ômicron no Brasil afeta operações na aviação, no varejo, nos serviços e na indústria.
Resultado: cancelamento de voos, pagamento de horas extras para suprir a escassez de funcionários, remanejamento de escala de trabalho e retorno do home office nos escritórios.
Não há estimativas de impacto no PIB.
No setor de turismo, houve escalada de cancelamento de reservas para o Carnaval, consequência de cancelamentos da festa por Prefeituras em todo o país.
Na aviação, mais de 500 voos foram cancelados ou remarcados desde quinta-feira.
Em relação à inflação, tampouco há projeções de pressão de alta ou baixa de preços.
De qualquer forma, o IBGE divulgou os dados do IPCA de dezembro e de 2021: alta de 0,73% na base mensal (contra estimativa de 0,65%) e avanço de 10,06% em 2021 (ante projeção de 9,97%).
2. Powell no Senado
Jerome Powell vai ao Capitólio para o Senado confirmar sua recondução como presidente do Fed para um segundo mandato.
De acordo com os comentários preparados divulgados antes de sua audiência às 12h00, Powell dirá que está determinado a não deixar a inflação se tornar "entrincheirada".
Esses comentários chegam um dia antes dos dados que devem mostrar que a inflação de preços ao consumidor anual atingiu seu maior nível em cerca de 40 anos em dezembro, graças a problemas contínuos na cadeia de suprimentos, escassez de mão de obra e um ainda alto nível de poupança disponível graças aos mecanismos de apoio fiscal que sustentaram a demanda durante a pandemia.
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Em outros lugares, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse ao Wall Street Journal que espera apenas três aumentos nas taxas de juros este ano, mas que existe o risco de um quarto.
A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, e a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, devem falar às 11h.
3. Ações com abertura em alta
Espera-se que as ações dos EUA abram em alta mais tarde, em sustento ao impulso iniciado durante a segunda metade do pregão de segunda-feira.
O mercado reverteu acentuadamente no meio do pregão da véspera com a percepção de que a última onda de Covid-19 ainda pode desacelerar substancialmente a economia devido ao afastamento em massa de trabalhadores forçados à quarentena.
Assim, os temores de um quarto aumento da taxa de juros ao longo do ano, sinalizados pelos analistas do Goldman Sachs e do JPMorgan no fim de semana, diminuíram ligeiramente.
Às 09h20, Dow Jones futuros avançavam 0,21%, enquanto S&P 500 futuros subiam 0,36% e o Nasdaq 100 futuros com alta de 0,58%.
Já o EWZ, ETF que mede o desempenho das ações brasileiras em Wall Street, operava em alta de 0,63% no pré-mercado após o tombo de 1,03% na véspera.
Enquanto isso, o Ibovespa Futuros abriu em queda de 0,21% na B3.
As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem a Rivian (NASDAQ:RIVN), após relatos de que seu chefe de operações, Rod Copes, deixou a empresa no final do mês passado.
A atenção do mercado também estará no segundo dia da conferência anual de investimentos do JPMorgan (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), um dia depois que o CEO Jamie Dimon afirmar aos clientes que espera "o melhor crescimento em anos" para a economia dos EUA em 2022.
4. Ômicron testa a China
A variante Ômicron continua a representar desafios para a política de tolerância zero da China.
As autoridades regionais fecharam uma segunda cidade, Anyang, na província de Henan, depois de encontrar evidências de disseminação comunitária da nova variante.
Além disso, uma campanha de testes em massa para os habitantes de Tianjin, lar do quarto porto mais movimentado do mundo, continua.
As restrições no porto de Ningbo na semana passada levaram a uma queda acentuada na disponibilidade de caminhões para transportar mercadorias de e para o porto.
Hong Kong, por sua vez, fechou seu aeroporto para chegadas de outros 150 destinos.
5. Petróleo em alta à espera de dados de estoques
Os preços do petróleo bruto subiram à medida que o mercado analisa questões de uma queda de curto prazo na demanda devido à cepa Ômicron do coronavírus e se concentra nos problemas enfrentados pelos principais produtores no final do ano, quando a demanda deve se recuperar com mais vigor.
Às 09h26, os contratos futuros do petróleo WTI tinham alta de 1,56% a US$ 79,45 o barril, enquanto o Brent avançava 1,4% a US$ 82,02 o barril.
Às 18h30, o Instituto Americano de Petróleo vai divulgar sua estimativa semanal dos estoques de petróleo e destilados dos EUA, enquanto a Administração de Informação Energética (EIA, na sigla em inglês) divulga sua Perspectiva Energética de Curto-Prazo dos EUA.
