O que influencia o dia

Veja as principais notícias dos mercados globais desta terça-feira (1)

Temporada de balanços nos EUA continua a todo o vapor, preços do petróleo caem após OPEP prever que o mercado global deve voltar ao superávit neste ano e governo brasileiro procura por alternativas para conter alta dos combustíveis; veja detalhes

Dólar
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – Alphabet (SA:GOGL34) (NASDAQ:GOOGL), Exxon Mobil (NYSE:XOM) e UPS divulgam lucros, enquanto o ISM divulga sua pesquisa mensal de manufatura nos EUA.

As ações americanas devem se consolidar após uma forte recuperação em resposta a uma mudança de tom do Federal Reserve.

E os preços do petróleo diminuem depois que as agências de notícias relatam que a OPEP prevê que o mercado global voltará ao superávit este ano.

No Brasil, o governo procura uma solução para a alta nos preços dos combustíveis. 

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na terça-feira, 1º de fevereiro:

1. Ganhos da nova economia, ganhos da velha economia

Duas atualizações de extremos opostos do espectro de investimentos lideram o calendário de balanços americanos do dia, e permitem uma comparação aproximada se a velha ou a nova economia representa melhor valor nos níveis atuais.

A Exxon Mobil reporta antes da abertura e espera-se que relate uma melhora acentuada no fluxo de caixa devido ao ressurgimento dos preços do petróleo e do gás no quarto trimestre.

Mais importante, no entanto, será sua orientação e o que ela diz sobre a sustentabilidade de um rali que continua desde o início do ano, já que os preços do petróleo estão no nível mais alto desde 2014.

Após o fechamento, a Alphabet divulgará seus ganhos do quarto trimestre.

O proprietário do Google e uma das maiores operações de hospedagem em nuvem do mundo teve um ano forte em 2021, pois os anunciantes pagaram generosamente para alcançar um público que ainda estava em grande parte doméstico.

Os analistas estarão à procura de qualquer sinal desse impulso em linha com os indicadores macro focados no consumidor nos últimos dois meses.

2. A ligeira mudança de foco do Fed

Dois altos funcionários do Federal Reserve reagiram contra a opinião generalizada de que o banco central aumentará as taxas de juros em muito mais do que orientou para este ano.

A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, e sua colega de San Francisco, Mary Daly, se opuseram à noção de aumentos rápidos das taxas, embora ambas permanecessem comprometidas com o aperto da política.

George, uma notável 'falcão' da inflação que detém uma das votações rotativas no Comitê Federal de Mercado Aberto este ano, disse que seria melhor reduzir o balanço mais rapidamente, aumentando assim as taxas de longo prazo e mantendo o curva de rendimento íngreme.

Daly, que não tem direito a voto do FOMC este ano, foi mais abertamente dovish, dizendo em um evento da Reuters que o aperto deve ser “gradual e não disruptivo”.

3. O problema dos combustíveis

Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) desistir da PEC dos Combustíveis, o governo procura procura por uma saída para conter a inflação e reduzir impostos, sem furar o teto de gastos.

Uma das ideias seria a ressurreição da possibilidade de reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre todos os produtos, menos bebidas e cigarros.

De acordo com o Valor Econômico, membros do governo entendem que essa medida teria um impacto generalizado nos preços e ajudaria a reduzir a inflação de forma mais duradoura do que um corte nos tributos do combustível, que ainda estaria à mercê do dólar e da valorização internacional do petróleo.

Outra proposta seria redução de impostos sobre o óleo diesel e o gás de cozinha.

A proposta foi confirmada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ao O Globo.

O texto ainda não foi finalizado, mas seria uma forma de evitar que o presidente Bolsonaro fosse acionado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já que a redução de impostos pode ser vista como a concessão de benefício, algo vedado em ano eleitoral.

4. Ações americanas devem abrir em baixa

O início brilhante do mercado de ações em fevereiro não parece linear.

Depois de se recuperar acentuadamente na segunda-feira em resposta aos comentários do Fed, os principais índices são marcados em baixa novamente nas negociações da noite para o dia.

Às 08h52, os futuros da Nasdaq 100 recuam 0,24%, enquanto os das S&P 500 e da Dow Jones caem 0,25% e 0,13%, respectivamente.

As empresas que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem a Sony (NYSE:SONY), cuja aquisição de US$ 3,6 bilhões da editora de Destiny Bungie parece à primeira vista uma resposta decepcionante ao acordo da Microsoft (NASDAQ:MSFT) com a Activision Blizzard (NASDAQ:ATVI) no mês passado.

A Electronic Arts (NASDAQ:EA), também apontada como um possível alvo de aquisição no ambiente atual, relata ganhos posteriormente, juntamente com United Parcel Service (NYSE:UPS) e Stanley Black & Decker (NYSE:SWK) antes da abertura e Advanced Micro Devices (NASDAQ:AMD) e PayPal (NASDAQ:PYPL) após o fechamento.

A Tesla deve recolher mais de 53.000 carros devido a suspeitas de riscos de acidente.

A Newswires informou que a Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias disse que o software “Full Self-Driving” da empresa pode permitir que os veículos trafeguem em um cruzamento sem parar antes.

A empresa teve que fazer um recall de quase meio milhão de carros Modelo 3 e Modelo S no final do ano passado para corrigir problemas com câmeras de visão traseira e porta-malas que também contribuíram para riscos de acidentes.

5. Deslizamentos brutos nas previsões da OPEP

Os preços do petróleo caíram depois que as agências de notícias citaram fontes próximas à Opep que veem o mercado global com superávit de mais de 1 milhão de barris por dia este ano.

As previsões estão entre as que serão analisadas pela reunião do Comitê Técnico Conjunto da Opep na terça-feira (1), antes da revisão regular das cotas de produção pela Opep e aliados liderados pela Rússia no final da semana.

Às 08h54, os futuros de petróleo nos EUA caíam 0,03%, a US$ 88,12 o barril, enquanto os de Brent recuavam 0,06%, a US$ 89,21.

O American Petroleum Institute divulga seus dados semanais de estoque às 16h30, como de costume.