O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deu o primeiro passo para vender as ações da companhia de produção animal JBS (JBSS3). O Banco possui participação de aproximadamente 22% através de seu braço de participações, o BNDESPar. A oferta será realizada por meio de um follow-on que deve ocorrer até o dia 20 de dezembro e busca captar algo em torno de 5 bilhões de reais.
Devido ao acordo de acionistas, essa oferta inicial não vai zerar a participação da BNDESPar na companhia. O acorde tem validade até 31 de dezembro, após esse prazo devemos ter novas alienações na participação, porém a estratégia a ser seguida ainda não foi definida.
O início da saída do BNDESPar do quadro de acionistas da JBS deve pressionar as cotações para baixo no curto prazo, principalmente por aumentar o número de ações em circulação na Bolsa. No entanto, esse movimento deve ser normalizado até o fechamento do preço da Oferta em um valor ligeiramente mais baixo do que a cotação atual. Não acreditamos que o BNDES irá alienar sua participação a qualquer preço.
No médio e no longo prazos, a diluição ou mesmo a saída total do banco estatal do quadro de acionistas da JBS deve ser bem avaliada pelo mercado por melhorar a governança corporativa da companhia e acabar com a problemática relação conflitante entre os dois sócios.
A “tempestade perfeita” continua ajudando a companhia na redução de sua alavancagem através de forte geração de caixa operacional, entretanto a origem da parceria com o BNDES nos governos comandados pelo Partido dos Trabalhadores continua sendo um fator importante de risco de imagem por possíveis envolvimentos em esquemas de corrupção que acabam adicionando riscos ao se investir no papel.