Em desempenho que confirma o pior início de ano do mercado automotivo desde 2005, fevereiro foi mais um mês fraco para as vendas de veículos. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 129,3 mil unidades foram emplacadas no mês passado, 22,8% a menos do que no segundo mês de 2021.
Ainda que levemente superior – alta de 2,2% – ao modesto total de janeiro, o resultado reforça os sinais de fragilidade de demanda em meio à combinação de menor disponibilidade de renda dos consumidores com aumento no custo de aquisição dos veículos, tanto nas tabelas de preços das revendas quanto nos financiamentos dos bancos.
A produção das montadoras continua comprometida pela irregularidade no abastecimento de componentes eletrônicos, porém as vendas têm sido inferiores à limitada oferta de carros. Os 255,8 mil veículos emplacados nos dois primeiros meses do ano ficaram 24,4% abaixo de 2021 e representam o pior primeiro bimestre em 17 anos.
O balanço foi divulgado nesta quinta-feira, 3, pela Fenabrave, associação das concessionárias, e mostra que, somente no mercado de carros de passeio e comerciais leves, como picapes e vans, as vendas caíram 24% em relação a fevereiro de 2021, somando 120,2 mil unidades. Contra janeiro, houve alta de 3,1% no segmento.
IPI
O corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) promovido pelo governo na semana passada – de 18,5% no caso dos automóveis – pode ajudar a tirar o setor do estado de letargia, ainda que seus efeitos possam ser atenuados por uma aguardada puxada da inflação global com a guerra na Ucrânia.
*Com informações do Estadão Conteúdo