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Vendas do comércio caem 1,7% em junho após dois meses de alta

Foi a maior retração do setor neste ano e a segunda maior para um mês de junho desde o início da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), em 2000

- Fernando Frazão/Agência Brasil
- Fernando Frazão/Agência Brasil

Após dois meses consecutivos de crescimento, as vendas do comércio varejista caíram 1,7% na passagem de maio para junho. Foi a maior retração do setor neste ano e a segunda maior para um mês de junho desde o início da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), em 2000.

Com o resultado de junho, o varejo se encontra 2,6% acima do patamar pré-pandemia. No primeiro semestre, o setor acumula 6,7% e, nos últimos doze meses, 5,9%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Com o resultado de junho, há uma quebra de dois meses de crescimento. Apesar dessa queda, o varejo ainda se encontra acima do patamar de fevereiro de 2020, ou seja, de antes da pandemia. Mas, na comparação com o patamar recorde da série, que é de outubro de 2020, o setor está 3,9% abaixo”, afirma o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Cinco das oito atividades investigadas pela pesquisa recuaram na passagem de maio para junho. Dentre elas, a queda mais intensa foi do setor de tecidos, vestuário e calçados (-3,6%), que havia registrado aumentos em abril (16,3%) e maio (10,2%).

“No comércio varejista como um todo, há algumas atividades caindo com mais força porque elas tiveram uma certa recuperação nos meses de abril e maio, elevando a base de comparação. Esse foi o caso de tecidos, vestuário e calçados, que é uma atividade que ainda não teve recuperação frente ao patamar de fevereiro do ano passado”, diz o pesquisador.

Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,6%), combustíveis e lubrificantes (-1,2%), e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5) também recuaram na passagem de maio para junho.

Já o setor de livros, jornais, revistas e papelaria cresceu 5,0% em junho. É o terceiro resultado positivo consecutivo dessa atividade. Mesmo com esses aumentos recentes, o setor não conseguiu recuperar o que perdeu durante o ano: há queda acumulada de 22,8% entre janeiro e junho.

“O setor vem perdendo importância e receita por estar sendo afetado pela substituição das lojas físicas pelas digitais, entre outras mudanças tecnológicas”, analisa Cristiano.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o crescimento do comércio varejista foi de 6,3% – o quarto avanço consecutivo nesse indicador. Nesse indicador, o varejo teve ganhos, principalmente, nas atividades mais afetadas pela pandemia de Covid-19 no país, como tecidos, vestuário e calçados e outros artigos de uso pessoal e doméstico.

Na passagem de maio para junho, o varejo teve retração em 18 das 27 unidades da Federação. Entre os destaques estão Amapá (-16,7%), Rio Grande do Sul (-5,1%) e Mato Grosso do Sul (-4,0%). Já entre os estados que tiveram crescimento destacam-se Ceará (2,5%), Espírito Santo (2,2%) e Pará (1,9%).

Com informações da Agência IBGE de Notícias.