Varejo

Vendas no varejo surpreendem: o que isso significa para a economia brasileira?

"O dado do comércio varejista veio acima das projeções dos analistas que previam queda"

Vendas no varejo crescem 1,2% em maio, surpreendendo analistas. Alta reflete melhora na economia e queda do desemprego
Vendas no varejo crescem 1,2% em maio, surpreendendo analistas. Alta reflete melhora na economia e queda do desemprego

O volume de vendas do comércio varejista do Brasil cresceu 1,2% em maio ante abril, conforme dados divulgados hoje pelo IBGE, ou seja, cinco meses seguidos de alta. No ano, a expansão acumulada é de 5,6%, enquanto nos últimos 12 meses, a alta é de 3,4%. O dado de maio veio bem acima das projeções do consenso LSEG de analistas, que previam queda de 0,9% na comparação mensal e alta de 4,0% na anual.

No setor de tecidos, vestuário e calçados a alta veio em 2,0% e para Roberto Jalonetsky, CEO da Speedo Multisport esse dado se dá em grande parte pelo o aumento da concessão de crédito para as pessoas físicas e a queda da taxa de desemprego que  também contribuíram para esse feito diante das baixas expectativas dos analistas.

“À medida que a taxa de desemprego no mercado diminui, é evidente que o poder de compra da população aumenta, impulsionando o crescimento do consumo. Isso cria um ciclo virtuoso: mais empregos significam mais consumo, à medida que as pessoas têm maior poder aquisitivo. Os dados mostram claramente um aumento no consumo de vestuário como resultado direto desse fenômeno.” Roberto Jalonetsky, CEO da Speedo Multisport.

Em comparação com maio do ano passado, o volume de vendas do varejo aumentou 8,1% e essa alta foi dada por cinco das oito atividades varejistas puxadas principalmente pelo consumo de farmácias, supermercados e artigos de uso pessoal. Já as outras três atividades que tiveram resultados negativos destacam-se destacam o setor de  livros e de combustíveis.

O mercado está atento aos indicadores da atividade econômica no país devido às preocupações recentes do Banco Central com a inflação. Embora uma economia forte seja positiva, alguns indicadores podem aumentar a pressão inflacionária. No entanto, os dados do IPCA divulgados recentemente mostraram que a inflação desacelerou em junho, o que aliviou as preocupações. Se essa tendência continuar, pode haver uma reavaliação na política de juros.