Na última quarta-feira (7), foi anunciada a venda da Biotrop, um dos grandes players de biológicos do Brasil, por R$ 2,8 bilhões. A empresa, até então, era controlada pelo fundo de private equity Aqua Capital, que também controla a AgroGalaxy (AGXY3).
A aquisição foi de 85% de participação na empresa feita pela Belga Biobest, sediada na Bélgica.
Para Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, analistas da XP Investimentos, a transação representa indiretamente um upside relevante para a Vittia (VITT3), empresa também pertencente ao setor de biológicos
Embora o múltiplo da operação não esteja claro, o time da casa especula, que tenha sido em uma faixa entre 12-16x EV/EBITDA para 2023 – quando considerado o EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado para o ano.
“Embora os resultados do primeiro semestre deste ano não animem, a maior parte da geração de EBITDA da companhia ocorre no segundo semestre. Adicionalmente, esperamos que com a chegada da safra 23/24 as vendas ganhem força e os resultados da Vittia retornem aos trilhos”, projetam os especialistas.
A casa não enxerga grandes problemas em termos de fluxo de caixa, já que a empresa tem um balanço sólido.
“Vemos a Vittia como uma combinação de crescimento e qualidade devido ao encorajador oceano azul em insumos agrícolas biológicos, juntamente com baixa alavancagem, margens confortáveis e geração de fluxo de caixa”, destacam.
Contudo, a dupla da XP prevê um CAGR de EBITDA forte, porém conservador, de aproximadamente 14% de 2022 a 2025, embora os números do cenário atual sejam um downside risk para as projeções.