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Você ainda vai precisar do seu carro após a pandemia?

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Uma mudança de hábito já forçada pela pandemia de novo coronavírus foi pensar duas vezes nos nossos deslocamentos: reuniões são trocadas por videoconferências e viagens adiadas para o futuro distante. No mundo pós-pandemia, ainda faz sentido ter gastos para manter um carro? 

“Era uma mudança que já vinha com as novas gerações e veio para ficar, especialmente em grandes cidades”, afirma Yolanda Fordelone, economista do GuiaBolso, plataforma de finanças pessoais. “Os gastos variam de acordo com o consumidor, mas muitos jovens preferem usar o dinheiro de um carro em uma viagem, por exemplo”. 

E qual é o tamanho da grana gasta em um automóvel? Nesta conta, entra o valor do financiamento, combustível, seguro, manutenção e impostos como IPVA e licenciamento. “Também há o custo de oportunidade caso o motorista tivesse o valor do bem investido em outro negócio”, lembra Carlos Terceiro, CEO do gerenciador financeiro Mobills. 

Os gastos esporádicos também devem ser postos na ponta do lápis, lembra Yolanda. “Se você viaja aos fins de semana, por exemplo, deve pensar no custo disso também”. A economista também acrescenta os custos variáveis, como lavagem do automóvel e o estacionamento ocasional, como fatores que devem pesar na decisão de manter o carro.

Então, o que escolher?

Ter ou não um automóvel depende também das suas necessidades e prioridades, mas uma das alternativas é fazer os deslocamentos com transporte público ou alugar um carro. “No caso da compra, dependendo da escolha do carro e da forma de pagamento, as parcelas mensais podem ser menores do que o valor de um aluguel”, diz Carlos Terceiro. “Porém você terá todos os custos, como impostos e seguro”. 

No aluguel, não há essa preocupação. E os custos podem compensar, afirma o especialista da Mobills, citando dados da locadora Movida: para alugar um carro da categoria mais baixa, o motorista deve desembolsar R$1.208,00 mensalmente. Já para comprar, os gastos de 12 meses seriam os seguintes:

Veículo Mobi Drive 1.0
Valor veículo zero km (Fipe) R$42.610,00
Manutenção R$224,00
Dinheiro mobilizado (juros 0,52% ao mês) R$2.736,24
Seguro R$2.131,00
IPVA + Licenciamento R$2.977,00
Custo total R$50.678,24

 

“Se depois de 12 meses o proprietário vender o automóvel pelo valor da tabela Fipe, custaria em média R$34.386,00”, diz Carlos. O gasto total seria de R$16.292,24 no decorrer do ano, enquanto, com o aluguel, o custo em uma ano seria R$14.496,00, ou seja, 11% a mais.

Outra opção popular são os aplicativos de transporte. “Andar só de Uber também não vai compensar”, diz Yolanda. “Mas não ter o carro dá mais espaço de manobra dentro do orçamento em meses apertados”. Ainda na seara dos aplicativos, Carlos Terceiro também lembra dos de carona, com divisão de custos, e cupons de desconto em postos de gasolina, que ajudam a reduzir os gastos com transporte.