O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), anunciou nesta quarta-feira (4) que a votação sobre a nomeação de Gabriel Galípolo à presidência do Banco Central (BC) ocorrerá no dia 8 de outubro. A data escolhida é após o primeiro turno das eleições municipais, que será realizado em 6 de outubro.
Segundo Pacheco, o período eleitoral esvazia o Senado, o que justifica a decisão de adiar a apreciação para um momento em que mais parlamentares estejam presentes.
“A primeira semana após as eleições permitirá que todos os senadores possam desenvolver o seu papel. E possam estar aqui presencialmente”, afirmou o presidente da Casa durante a sessão plenária.
Etapas da nomeação
A nomeação de Galípolo ainda precisa passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), responsável por realizar uma sabatina com o indicado, que ainda não tem data definida.
O presidente do colegiado, senador Vanderlan Cardoso (PSD), será o responsável por definir a data dessa etapa inicial. “Estamos encaminhando a mensagem à CAE. Ficará a cargo do senador Vanderlan a definição da data da sabatina”, comunicou Pacheco.
Movimentos políticos
Nos últimos dias, Galípolo iniciou uma série de reuniões com senadores, numa estratégia comum conhecida como “beija-mão”, onde procura alinhar expectativas e conquistar apoio político para sua nomeação.
Entre os senadores com quem conversou estão Flávio Azevedo (PL), Omar Aziz (PSD), Fernando Farias (MDB) e Fernando Dueire (MDB). Além disso, Galípolo teve reuniões com os petistas Rogério Carvalho, Fabiano Contarato e Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Congresso.
Apoio de Lula na nomeação
A indicação de Galípolo pelo governo já era esperada, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia elogiado o economista em diversas ocasiões, referindo-se a ele como “menino de ouro” e destacando sua “honestidade ímpar”.
Em junho, durante um evento público, Lula afirmou que Galípolo reunia todas as qualificações necessárias para assumir a presidência do Banco Central.
Carreira de Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo é economista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde também concluiu mestrado em Economia Política.
Ele lecionou na instituição entre 2006 e 2012, além de ter uma longa trajetória no setor financeiro. Antes de sua nomeação para o Banco Central, Galípolo foi presidente do Banco Fator entre 2017 e 2021.
Além disso, ele também participou da equipe de transição do governo Lula e atuou no Ministério da Fazenda antes de ingressar no Banco Central, onde atualmente é diretor.