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WEG (WEGE3): BTG Pactual mantém recomendação de compra

Em relatório assinado pelo trio de acionistas liderado por Lucas Marquiori, o banco listou os desafios do novo CEO, Alberto Kuba

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O BTG Pactual reiterou sua recomendação neutra para as ações de WEG (WEGE3), com preço-alvo de R$ 50,00 em doze meses.

Em relatório assinado pelo trio de acionistas liderado por Lucas Marquiori, o banco listou os desafios do novo CEO, Alberto Kuba. Em geral, não preveem grandes disrupções na estratégia corporativa, com manutenção do legado de crescimento sustentável e retornos sólidos.

Também acreditam que a WEG vai continuar seus esforços de globalização e sua estratégia de aumentar o valor agregado para os clientes ao ganhar participação na indústria de acionamentos.

Abaixo, o BTG Pactual resumiu alguns dos principais temas que analistas acreditam estar no topo da agenda de Kuba:

 

  • Globalização a todo vapor: O crescimento da WEG nos mercados internacionais acelerou desde os anos 2000, e o BTG Pactual observa muito espaço para continuar a crescer fora do Brasil. Em seu negócio principal (motores elétricos de baixa tensão), a WEG tem baixa participação em grandes mercados como EMEA e Ásia, então sua estratégia de aumentar a capacidade e capturar participação de mercado deve permanecer como prioridade. Além dos motores, a WEG provavelmente vai continuar a ´internacionalizar´ outros produtos-chave, como transformadores (já uma grande fonte de receita no USMCA) e soluções de energia renovável, como o novo aerogerador da WEG na Índia.

 

  • Reforçar a estratégia de acionamento de movimento: Kuba foi um dos mentores por trás da estratégia da WEG de ganhar participação em produtos adjacentes ao seu negócio principal – a principal razão de ser de sua estratégia de acionamento de movimento, já que a WEG visa expandir seus negócios de motores elétricos de baixa tensão (já uma líder global) para outros produtos adjacentes, como acionamentos (equipamentos que controlam o motor). A ABB (a concorrente mais próxima da WEG) afirma que apenas um em cada cinco motores elétricos globalmente são controlados por um acionamento, o que cria um enorme potencial para economizar energia (10% do consumo global de eletricidade poderia ser reduzido se os cerca de 300 milhões de sistemas industriais acionados por motores elétricos fossem substituídos por equipamentos otimizados de alta eficiência, como motores controlados por acionamentos).

 

  • Sempre atentos às fusões e aquisições (M&A): A WEG sempre utilizou o crescimento inorgânico para alavancar seu portfólio e presença geográfica, e o BTG Pactual não vê isso mudar. No curto prazo, a integração da aquisição recentemente anunciada da Regal Rexnord deve se tornar uma prioridade assim que for totalmente aprovada pelas autoridades antitruste. A recente integração da Gefran também desponta como um bom referencial para a integração bem-sucedida da Regal. Analistas não descartam a possibilidade de a WEG utilizar fusões e aquisições para acelerar o crescimento no segmento de acionamentos, principalmente em regiões onde ainda não se revela muito expressiva.

 

  • Novas tecnologias e produtos: Com as soluções de mobilidade elétrica ganhando espaço no backlog, muitas outras tecnologias também podem ganhar participação (armazenamento de energia, infraestrutura elétrica, hidrogênio verde, digitalização de produtos, automação de fabricação). Essas classes de produtos são tão grandes que parece quase impossível para o mercado quantificar totalmente essas oportunidades para a WEG. Portanto, o BTG Pactual acredita que o mercado vai continuar com o monitoramento do desenvolvimento dessas novas tecnologias para avaliar quanto elas poderiam representar em termos de geração de receita e caixa.

 

  • Manter uma combinação justa de crescimento e retornos: Kuba assume em um período de ROIC máximo, e analistas veem um desafio manter os retornos em um nível tão elevado. A WEG também desfrutou de um grande crescimento durante a pandemia e agora entra em um padrão de crescimento mais normalizado. De olho em seu longo histórico, analistas acham justo assumir que a WEG vai continuar a crescer em torno de meados dos dois dígitos (principalmente com todos esses impulsionadores do setor em alta) e manter retornos acima da média do setor (o ROIC estável, mais próximo dos meados dos 20%). Essas duas métricas (crescimento sustentável + retornos sólidos) por si só justificam o status da WEG como um dos melhores casos de investimento no Brasil.

 

  • Manter uma cultura forte: Um dos elementos-chave do desempenho sólido da WEG, para os analistas, está em uma cultura forte, impulsionada por veteranos da indústria, uma estrutura corporativa sólida e governança de alta qualidade. Eles veem a WEG manter sua vantagem em ter uma equipe executiva de primeira linha, pois se dizem confiantes em um crescimento sustentável a longo prazo. Quanto à cultura, o último Dia do Investidor da WEG proporcionou uma clara noção da sólida estrutura da empresa.