Por Peter Nurse, da Investing.com — Os preços do petróleo negociavam em baixa nesta sexta-feira (7), impactados pelos dados decepcionantes do emprego dos EUA, embora ainda rumo a ganhos robustos na primeira semana de negociação do ano enquanto agitações civis no Cazaquistão e as paradas da produção na Líbia levantaram preocupações com o fornecimento global.
Às 14h30 (horario de Brasília), os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preços nos EUA, eram negociados com baixa de 0,86% a US$ 78,78 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 0,45% a US$ 81,62.
A economia dos EUA registrou menos empregos do que o esperado pelo segundo mês em dezembro, com apenas 199.000 vagas contabilizadas nas folhas de pagamento não-agrícolas no mês.
Isso é apenas metade dos 400.000 postos esperados e um contraste acentuado em relação às 807.000 vagas em folhas de pagamento privadas divulgadas pela pesquisa paralela da ADP no início da semana.
No entanto, os dois principais contratos ainda seguiam na direção de ganhos superiores a 5% esta semana, com preços próximos dos níveis mais altos desde o final de novembro.
O Presidente Kassym-Jomart Tokayev declarou na sexta-feira passada que a ordem tinha sido em grande parte restaurada no Cazaquistão, depois da Rússia e de aliados terem enviado tropas para o antigo país soviético a fim de sufocar protestos violentos que eclodiram em função de aumentos dos preços dos combustíveis.
Dito isto, a TCO, maior produtora de petróleo do Cazaquistão e uma joint venture liderada pela Chevron (NYSE:CVX), confirmou na sexta-feira que alterou os níveis de produção, embora tenha se recusado a dar mais detalhes sobre a dimensão do ajuste.
"Os protestos no Cazaquistão são… uma preocupação para o mercado de petróleo", disse o ING, em relatório. "O Cazaquistão é um grande produtor de petróleo. O Cazaquistão está autorizado a produzir 1,59 milhões de barris por dia em fevereiro pelos termos do acordo da OPEP+".
Houve certo alívio com a notícia de que um importante gasoduto de exportação da Líbia retomou as operações normais, mas o subinvestimento histórico no setor sugere que novas paralisações são mais que prováveis.
Além disso, as condições meteorológicas congelantes na América do Norte afetaram os fluxos de petróleo bruto, pois a produção de petróleo em Alberta, no Canadá, tem diminuído segundo informações, enquanto condições de congelamento começam a impactar a produção de petróleo na região de Bakken, na Dakota do Norte.
"A Dakota do Norte produziu pouco menos de 1,1 milhão de barris/dia nos primeiros 10 meses de 2021 e, por isso, os impactos de qualquer distúrbio devem ser menos significativos do que o que o mercado testemunhou em fevereiro do ano passado, com o grande congelamento no Texas", acrescentou o ING.
Tudo isto vem somar às preocupações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, grupo conhecido como OPEP+, está enfrentando dificuldades para continuar a incrementar a produção de petróleo, tendo prometido no início desta semana adicionar mais 400.000 barris por dia em fevereiro.
Apenas dois dos grandes produtores do mundo – a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos – conseguem atualmente bombear mais petróleo do que há dois anos, de acordo com o chefe da pesquisa de commodities do Goldman Sachs (NYSE:GS), Jeff Currie.
Mais tarde no pregão, os investidores voltarão o foco para a atualização de plataformas de perfuração da Baker Hughes, assim como as posições especulativas líquidas sobre o petróleo do CFTC.