XP interrompe rali com queda de 9% após rebaixamento pelo CS e disputa com Itaú

Investing.com – A decisão do Credit Suisse de rebaixar a recomendação das ações da XP de ‘neutra’ para ‘underperform’ foi o gatilho necessário para um dia de forte realização nas ações da corretora negociada na Nasdaq.

O dia da XP foi movimentado com a publicação dos seus números de maio e a aparente disputa com o Itaú (SA:ITUB4), que iniciou uma campanha para promover seus serviços e criticou os incentivos dados por corretoras aos assessores de investimentos. Em texto publicado na internet, Guilherme Benchimol criticou a campanha e com frases fortes como ” se tem algo que o banco não é, nem nunca foi, é ser feito para você”. Leia o texto completo no LinkedIn.

O Itaú é um dos principais acionistas da XP com 46% do capital total e 32,5% dos votos.

A XP publicou os números de maio com total de valores sob custódia de R$ 412 bilhões, alta de 12,6% em relação ao trimestre passado e de 51% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os principais motivos apontados são a valorização do mercado de ações, com recuperação mais rápida do que o esperado; as entradas líquidas de R$ 15 bilhões em maio e abril; e a entrada de 110 mil novos clientes em maio, totalizando 2,2 milhões.

Desde de o IPO em dezembro de 2019, o papel subiu mais de 80% e engatou um rali de 200% desde a mínima de março.

Analistas do Credit Suisse cortaram a recomendação das ações da XP Inc de “neutra” para “underperform”, citando forte valorização dos papéis, que são negociados em Nova York, de acordo com relatório a clientes, no qual também ajustaram o preço-alvo para 40 dólares, de 22 dólares anteriormente.

“É uma ótima empresa, mas o valuation está muito alto para ser ignorado”, escreveram Marcelo Telles e equipe. “Apesar de reconhecermos o bom momento dos lucros e a história de crescimento secular convincente, não vemos uma elevação dos níveis atuais após a recente alta, pois, em nossa opinião, ela já reflete expectativas muito altas de crescimento e lucratividade”, acrescentaram.

O UBS manteve a recomendação neutra e o preço-alvo de US$ 28 para as ações, mas reconhece potencial da corretora de superar as estimativas no segundo trimestre.

O UBS vê a XP sendo negociada a 128x P/L em 2020 e 91x P/L em 2021, com PEG ratio de 4,7x. A metodologia utilizada é de desconto por dividendo, com um custo de capital de 12,5% e crescimento a longo prazo de 7%