Nesta segunda-feira, 31, a Ser Educacional (SEER3) anunciou a aquisição da FAEL, companhia focada em EAD com sede no Paraná e 90 mil alunos em 600 polos de ensino em todo o país, por R$ 280 milhões.
Por volta das 12:10, as ações da Ser subiam 2,47% a R$ 15,32.
No ano passado, a FAEL registrou uma receita de R$ 156 milhões e um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 20 milhões, o que representa uma margem EBITDA de 13%.
A margem EBITDA consolidada da Ser atingiu 25% em 2020.
Em relatório divulgado hoje, 31, a XP aponta, portanto, que o valor de empresa implícito seria de 14%, em comparação com o nível atual da Ser (4,5x).
"De acordo com a imprensa, incluindo as sinergias, o múltiplo ficaria abaixo de 8x. Portanto, se assumirmos um múltiplo de 7,8x, as sinergias poderiam chegar a aproximadamente R$16 milhões", ressalta o material. Esse movimento acarretaria em um aumento da margem implícita da FAEL para 23%.
"Este nível de margens é baixo para os padrões de ensino a distância, especialmente considerando o modelo 100% on-line da FAEL, que se compara à Yduqs, cuja margem EBITDA no ensino à distância é acima de 50%, ou mesmo à Vitru, que tem um modelo híbrido de ensino à distância e uma margem de 28%", aponta Vitor Pini, analista de Saúde e Educação da XP Investimentos.
"Este movimento ousado de estar mais exposto ao ensino à distância é positivo. No entanto, estamos cautelosos sobre a capacidade de Ser de melhorar as margens de FAEL ainda além das sinergias especuladas. Em nossa opinião, isso exigiria melhorias no ticket médio além da redução de custos, o que não é fácil na atual conjuntura de mercado", conclui.
A XP mantém recomendação Neutra para SEER3 e reitera o preço-alvo de R$17,00 por ação.