A XP avaliou, em relatório divulgado ontem (1º), que um possível racionamento de energia nos próximos 12 meses é “muito improvável” de acontecer no Brasil. De acordo com o modelo da corretora, há uma probabilidade de 3% de que a medida possa ocorrer.
A estimativa da XP para os níveis dos reservatórios em novembro de 2021 é de 18%. Embora a previsão seja considerada historicamente baixa, a corretora afirma que há capacidade térmica suficiente para ser utilizada e evitar medidas “mais dramáticas”.
“O modelo não encontra uma solução se a energia natural afluente (ENA) média para os próximos doze meses ficar abaixo de 50% da média de longo prazo (MLT), só então o racionamento de energia seria deflagrado. De acordo com nossas estimativas, a probabilidade de a ENA ficar abaixo de 50% (e portanto de termos racionamento) é de 3%”, disseram os analistas da corretora no documento.
2001 e 2021
Ainda segundo o relatório, o sistema elétrico brasileiro está mais robusto do que em 2001 época em que ocorreu a “crise do apagão”. Entre 1 de julho de 2001 e 19 de fevereiro de 2002, o país iniciou um programa de metas de redução de consumo de energia, resultando em racionamento de eletricidade em todo o Brasil.
De acordo com a XP, desde o último racionamento de energia, em 2001, “o Sistema Interligado Nacional (SIN) tornou-se muito mais preparado para lidar com cenários de estresse”.
Os dados da corretora comprovam isso: o relatório mostra que o sistema de transmissão cresceu 136% enquanto a demanda cresceu apenas 93%. Outra diferença é a própria matriz energética. Em 2001, 83% da capacidade instalada era proveniente de fontes hídricas, hoje apenas 65% da matriz energética provém de hidrelétricas, graças à adição de fontes térmicas, eólicas e solares ao sistema.