A disparada nas taxas de juros de longo prazo no Brasil, junto às incertezas fiscais e políticas e a alta da inflação, fez a XP Investimentos reduzir o preço-alvo do Ibovespa no fim do ano de 145 mil pontos para 135 mil pontos.
Para isso, foi levado em consideração o aumento do custo de capital (taxas de juros de longo prazo) e a melhora dos resultados de curto prazo
Segundo a XP, o Brasil vive um clássico debate entre uma sólida “história micro”, na medida em que as empresas reportam lucros sólidos e se mantêm otimistas, e um cenário macroeconômico preocupante.
“Dessa forma, a forte alta de juros de mercado em agosto pesou sobre a bolsa, já que o custo de capital para as empresas aumentou”, diz a corretora.
Além desses fatores, Patrick Johnston de Oliveira, superintendente de renda variável da Blue3, afirma que a crise hídrica adiciona mais riscos ao ambiente de negócios no Brasil.
"Diversas cidades já começaram a ter cortes no abastecimento de água durante alguns dias da semana. Somando-se a isso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o aumento no custo de energia elétrica, através de uma nova bandeira tarifária no valor de R$14,20 por 100 kWh", diz o executivo.
Oliveira reforça que outras discussões, como o aumento no pagamento dos precatórios, não parecem estar próximas de um fim. "Mesmo dentro do STF parece não existir um consenso", conclui.
Por fim, o material da XP informa que, dados os riscos, houve também redução das metas de múltiplos de preço por lucro (PL) e EV/EBITDA de 12x para 9,5x, e de 7,0x para 6,0x, respectivamente.