Política

Bolsonaristas insistem em anistia e criticam cerimônia que relembra 8 de Janeiro: “palanque”

Defensores acreditam na possibilidade de votação do projeto no Congresso Nacional, apesar do cenário contrário

Palácio do Planalto - Agência Brasil/Fabio Rodrigues
Palácio do Planalto - Agência Brasil/Fabio Rodrigues

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continuam a defender a anistia para os presos relacionados aos ataques às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Nesta quarta-feira (8), o Palácio do Planalto faz uma apresentação das obras depredadas e agora restauradas, seguida por uma cerimônia com autoridades e um abraço simbólico na praça dos Três Poderes com a militância de esquerda.

Os aliados afirmam que o evento e apresentações organizadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca apenas desviar a atenção dos problemas enfrentados pelo governo.

Dois anos após os ataques, bolsonaristas mantêm o discurso de que não houve tentativa de golpe e de que as prisões ou penas são injustas.

Parlamentares do PL acreditam que o projeto de anistia ganha andamento neste ano, apesar de o tema ter estagnado em 2024.

Críticas da oposição ao governo e votação para anistia pelo 8 de Janeiro

O governo segue a fazer cortinas de fumaça sobre o desastre que tem sido essa administração, afirmou o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara.

Jordy foi alvo de buscas da Polícia Federal em janeiro de 2024 no âmbito da Operação Lesa Pátria, que investiga os responsáveis pelos ataques.

No Senado Federal, o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), criticou o presidente Lula por comparar os eventos à ditadura militar de 1964 e acusou o governo federal de perseguir adversários.

O presidente que fala de democracia inabalada defende a democracia relativa da Venezuela. Dois dias depois do circo na praça dos Três Poderes, o Brasil estava representado oficialmente na posse de Nicolás Maduro, disse Marinho.

A oposição acredita que Hugo Motta (Republicanos-PB), provável presidente da Câmara a partir de fevereiro, vai cumprir o compromisso de colocar o projeto de anistia de 8 de Janeiro para votação.

No entanto, mesmo entre os mais otimistas, a aprovação tem sido vista como remota devido à resistência do governo federal e à falta de apoio suficiente no Plenário.

Se temos um presidente numa sanha persecutória, isso dificulta. Mas temos argumentos e a necessidade de pacificar o país. Se o presidente não tem estatura para isso, o Congresso precisa ter, concluiu Marinho.

As informações são do jornal Folha de S.Paulo.