O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, em entrevista ao UOL nesta quinta-feira (28), que poderá pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil, caso sua prisão seja decretada após uma eventual condenação pela trama golpista de 2022.
“Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá”, afirmou.
Bolsonaro também confirmou ter discutido com comandantes das Forças Armadas sobre “artigos da Constituição” após a derrota nas eleições de 2022, mas disse que a ideia de “voltar a discutir o processo eleitoral” foi rapidamente abandonada.
O ex-presidente negou envolvimento direto no plano, conforme apontado pela Polícia Federal (PF), que investigou a tentativa de golpe para prender ou matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A PF concluiu que Bolsonaro esteve no centro da organização criminosa que planejou a ação, embora o golpe não tenha sido concretizado.
Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, devido a ataques ao sistema eleitoral, e foi detalhadamente incriminado no inquérito da PF, que o acusa de tentativa de golpe de Estado e violação do Estado democrático de direito.
A pena para os envolvidos no esquema pode variar de 12 a 28 anos de prisão.