Política

Bolsonaro nega golpe e se defende de acusações no STF

Crédito: Agência Brasil
Crédito: Agência Brasil

Após ser tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro reafirmou sua inocência e classificou as acusações como “muito graves e infundadas”.

Em suas declarações, Bolsonaro destacou que sempre agiu para garantir a ordem e que jamais incentivou qualquer tipo de insurreição.

Defesa e alegações sobre a transição

Bolsonaro argumentou que, durante o processo de transição de governo, pediu publicamente para que seus apoiadores desmobilizassem manifestações. Segundo ele, essa solicitação foi ignorada por parte dos manifestantes.

“Ato contínuo, começamos a transição. Alguns dias depois desse pronunciamento, Augusto Heleno começava a passar o governo. Eu fiz um pronunciamento para os acampados desmobilizassem. Descumpriram esse pedido meu”, afirmou o ex-presidente.

Ele reiterou que nunca teve a intenção de gerar instabilidade no país e que sua postura sempre foi de respeito às instituições.

Bolsonaro defende voto impresso e crítica TSE

O ex-presidente voltou a defender a implementação do voto impresso, uma pauta que ele sustenta desde 2012. Ele argumenta que confiar apenas no sistema eletrônico sem um mecanismo de conferência é um risco para a democracia.

“Eu confio na máquina, mas não sou obrigado a confiar no programador”, disse Bolsonaro, comparando o sistema brasileiro ao da Venezuela.

Ele também criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmando que a corte atuou para favorecer a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

“O TSE fez uma campanha massiva para jovens de 16 a 18 anos tirarem o título de eleitor. Essas pessoas votam na esquerda, só isso dá diferença de 2 milhões de votos”, alegou Bolsonaro.

Live de 30 de dezembro de Bolsonaro e questionamentos ao STF

Bolsonaro mencionou uma live feita em 30 de dezembro de 2022, antes de viajar para os Estados Unidos. Segundo ele, esse conteúdo foi ignorado nos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes.

“Infelizmente essas imagens não estão no inquérito porque o Alexandre de Moraes não quer”, declarou.

O ex-presidente também questionou o sigilo sobre um inquérito da Polícia Federal, afirmando que documentos ali contidos poderiam revelar possíveis fraudes nas eleições de 2018.

“Não houve golpe”

Reforçando sua defesa, Bolsonaro negou que tenha tentado promover um golpe de Estado. Para ele, a narrativa de conspiração não se sustenta.

“Golpe tem conspiração com a imprensa, com o Parlamento, o Poder Judiciário, setores da economia, Forças Armadas, empresários, agricultores. Aí você começa a gestar um hipotético golpe. Nada disso houve”, afirmou.

Ele também acusou Alexandre de Moraes de construir uma versão distorcida dos fatos para incriminá-lo.

“Diz o Alexandre de Moraes que o golpe começou dia 29 de julho de 2021, um ano e meio antes de acabar 2022, e ele tinha que, para dar ênfase à ‘historinha’ dele, tinha que acabar no 8 de janeiro”, disse Bolsonaro.

Por fim, o ex-presidente defendeu sua decisão de deixar o Brasil em 30 de dezembro de 2022, antes da posse de Lula.

“Eu saí do Brasil porque não queria passar a faixa para alguém com o histórico que o Lula tem. Isso não é crime”, concluiu.