Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse se considerar “perseguido” e, por isso, o exílio em uma embaixada é uma possibilidade.
Bolsonaro disse que, se “devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos” e não teria retornado ao Brasil.
“Embaixada, pelo que eu vejo a história do mundo, quem se vê perseguido pode ir para lá”, afirmou Bolsonaro em entrevista à jornalista Raquel Landim, do UOL, publicada nesta quinta-feira (28).
Em fevereiro deste ano, durante a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF, Bolsonaro e aliados foram alvos de mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva.
Posteriormente, imagens divulgadas pelo jornal americano The New York Times mostraram que, quatro dias após a operação da PF, o ex-presidente brasileiro passou duas noites hospedado na Embaixada da Hungria.
Bolsonaro é indiciado pela PF em inquérito que investiga tentativa de Golpe de Estado
Na semana passada, a Polícia Federal concluiu o relatório e pediu o indiciamento de Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas, entre militares e aliados próximos ao ex-presidente.
Segundo o relatório da PF, o então presidente Jair Bolsonaro “tinha plena consciência e participação ativa” nas ações clandestinas promovidas pelo grupo.
O texto da instituição detalha que, ao dar continuidade à execução do plano, os envolvidos realizaram práticas que visavam subverter a ordem constitucional e inviabilizar a transição democrática de poder.
“Dando prosseguimento à execução do plano criminoso, o grupo iniciou a prática de atos clandestinos com o escopo de promover a abolição do Estado Democrático de Direito, dos quais Jair Bolsonaro tinha plena consciência e participação ativa”, diz o relatório da PF.