
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que gostaria de discutir as penas aplicadas aos réus dos ataques de 8 de janeiro de 2023 com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma conversa “ao vivo” e “em canal aberto”.
A declaração foi feita na saída do Senado Federal na quarta-feira (26), quando Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre a possibilidade de uma reunião com Moraes para tratar do assunto.
O ex-presidente disse que não pretende solicitar o encontro, mas demonstrou interesse na discussão.
“Eu gostaria muito de discutir, sei que ele talvez até me responda grosseiramente, eu e o ministro Alexandre de Moraes, falarmos desse assunto. Não quero marcar (um encontro). Eu gostaria que isso acontecesse, mas não vou pedir, não”, afirmou Bolsonaro.
Trompetista toca marcha fúnebre durante entrevista de Bolsonaro
Enquanto falava com a imprensa, Bolsonaro foi surpreendido por um trompetista, que tocou a marcha fúnebre de Chopin e a música “Tá na hora do Jair já ir embora”, que se tornou um símbolo contra sua permanência no poder durante as eleições de 2022.
O episódio aconteceu no momento em que o ex-presidente comentava o posicionamento do ministro Luiz Fux, que recentemente pediu uma revisão das penas aplicadas a alguns réus condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Revisão das penas do 8 de janeiro
Durante o julgamento que tornou Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, o ministro Luiz Fux declarou que algumas condenações podem estar “exacerbadas” e que, por isso, pediu vista (adiamento da decisão) no caso da cabeleireira Débora Rodrigues Santos.
Ela ficou conhecida por pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, em Brasília, e já tem dois votos no STF para ser condenada a 14 anos de prisão em regime fechado.
A cabeleireira é acusada de cinco crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro, incluindo:
- Associação criminosa armada
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado contra o patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
O pedido de vista de Fux pode impactar o tempo de prisão de Débora e de outros condenados pelos ataques.