Bolsonaro x Malafaia

Bolsonaro se pronuncia sobre críticas de Malafaia

Silas Malafaia declarou estar decepcionado com a postura de Jair Bolsonaro, acusando o político de ter sido “omisso” e “covarde” nas eleições em São Paulo.

Silas Malafaia e Jair Bolsonaro
Silas Malafaia e Jair Bolsonaro | Foto/Nelson Almeida/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro respondeu, nesta terça-feira (8), a declaração em que o pastor Silas Malafaia criticou sua postura nas eleições para a Prefeitura de São Paulo.

Segundo o religioso, Bolsonaro foi “covarde” e “omisso” ao não participar ativamente da campanha de Ricardo Nunes (MDB) na cidade e dar sinais duvidosos ao eleitor sobre Pablo Marçal (PRTB).

Que porcaria de líder é esse?”, questionou Malafaia, enfatizando que, na sua visão, um “verdadeiro líder não deve se guiar apenas pelas redes sociais”. O pastor revelou que enviou mais de 30 mensagens “duríssimas” a Bolsonaro no WhatsApp com as mesmas mensagens. Segundo ele, Bolsonaro não o respondeu.

A resposta de Bolsonaro

O ex-mandatário, em resposta, evitou pôr mais lenha na fogueira. 

Meu Posto Ipiranga não tem gasolina, só tem água”, afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente confirmou ainda não ter respondido às várias mensagens de WhatsApp enviadas a ele por Malafaia, que é líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Filhos de Bolsonaro se pronunciam

Mais cedo, os filhos do ex-presidente Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro emitiram opiniões na mesma linha do pai, evitando confronto com Malafaia.

“Roupa suja se lava em casa, e não em público. O presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo. Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes não estaria no segundo turno. Assim como foram decisivos Tarcísio e Malafaia, cada um na sua função, como um time de futebol, que não ganha só com atacantes. A fase agora é de distensionamento e, sem orgulho e vaidade, vamos juntos vencer a extrema esquerda em São Paulo. 2026 já começou e precisamos ser mais racionais que emotivos”, disse Flávio por meio de nota assinada.

Eduardo, por sua vez, afirmou que Malafaia “é uma pessoa que eu considero e tem muita importância para diversas pautas conservadoras, notoriamente a anistia dos presos políticos”.

“Sem ele, muito disso não teria ido adiante. Se ele nos critica hoje por algum motivo, ainda que eu possa entender absurdas certas palavras usadas por ele, cabe a mim ter a maturidade de interpretar e resolver com ele internamente. Sigo desejando saúde e tudo de bom a ele”, disse o deputado.

O último a se pronunciar foi Carlos Bolsonaro. Nas redes sociais, o vereador destacou a importância de Silas nas “pautas da liberdade dos presos políticos e suas derivações” e que sem ele “muito da anistia não estaria andando na Câmara Federal”, mas criticou a posição do religioso em relação a seu pai.

“Tem meu respeito mesmo que esteja extremamente irritado por algum motivo e cometa alguns equívocos, agora atacando de forma absurda meu pai. Desejo do fundo do meu coração muita paz e saúde. Um forte abraço”, publicou.

Resposta de Malafaia

Malafaia em resposta às declarações, afirma que continua sendo aliado e apoiador de Bolsonaro, mas ressalta que não é “bolsominion” nem “alienado”.

Continuo apoiando o Bolsonaro, o maior líder da direita. Não vou julgá-lo definitivamente por um ato errado. Ele tem uma história. Ele continua tendo meu apoio. Só que eu não sou bolsominion. Só que eu não sou alienado, sou aliado de primeira hora. Ninguém, nesse dois últimos anos, defendeu tanto Bolsonaro e se arriscou tanto por ele quanto eu. Tenho muita moral para falar”, disse Malafaia.

Bolsonaro nas Eleições de SP

Conforme notícia no domingo (6), Jair Bolsonaro declarou que irá participar ativamente da campanha do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, no segundo turno.

“Vou entrar de cabeça, porque antes havia uma dúvida se eu entraria de cabeça poderia atrapalhar. Mas entendo que agora os votos do Marçal, de direita, vão migrar para o Nunes”, disse Bolsonaro.

A entrada de ex-presidente na campanha de Nunes cria um cenário de embate ainda mais polarizado nas urnas no segundo turno em São Paulo.

Os paulistas voltam as urnas no dia 27 de outubro, para definir qual dos candidatos assumirá a Prefeitura da cidade no ano que vem.