O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, comemorou sua ida para o segundo turno da eleição na capital paulista e aproveitou seu primeiro discurso para criticar duramente o adversário, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Durante o pronunciamento, ao lado de sua candidata a vice, Marta Suplicy (PT), Boulos reforçou a proximidade de Nunes com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e trouxe à tona a polêmica sobre uma suposta agressão de Nunes à sua esposa, Regina Carnovale Nunes.
Boulos, que obteve expressiva votação no primeiro turno, destacou que o segundo turno representará “uma escolha” para os eleitores de São Paulo.
“Do lado de lá, temos o candidato apoiado pelo Bolsonaro. O candidato que acredita que o Bolsonaro fez tudo certo na pandemia. O candidato que agora, no primeiro turno, se colocou contra a vacina. Que acredita que o 8 de janeiro foi apenas um encontro de senhoras, e não uma tentativa de golpe”, afirmou o deputado.
Críticas à gestão de Ricardo Nunes
Durante o discurso, Boulos chamou os eleitores a refletirem sobre as condições da cidade e criticou a gestão de Ricardo Nunes em áreas como segurança, saúde e transporte público.
“Se você acha que São Paulo está uma cidade segura, se você acha que São Paulo está bem no SUS, sem fila na saúde, que os ônibus não estão lotados, você concorda com o nosso adversário”, provocou.
Por outro lado, Boulos se apresentou como a alternativa de mudança.
“Se você quer mudar, melhorar a segurança, a saúde e o transporte, você vem comigo e com a Marta. É isso que vai estar em jogo neste segundo turno”, completou, ressaltando seu compromisso com um projeto de justiça social e de uma “cidade mais humana”.
Suposta agressão de Nunes à esposa
Além das críticas à gestão, Guilherme Boulos também mencionou um episódio delicado envolvendo o adversário. Ele trouxe à tona uma suposta agressão de Ricardo Nunes à sua esposa, que teria ocorrido em fevereiro de 2011.
Na época, Regina Carnovale Nunes teria registrado um boletim de ocorrência na 6ª Delegacia da Mulher, localizada na zona sul de São Paulo, acusando o então vereador.
Entretanto, em 2020, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Regina afirmou não se lembrar de ter feito o registro, e Nunes sempre negou a agressão.
“Do lado de lá, nós temos alguém com uma trajetória muito suspeita. Tenho certeza de que, nos debates deste segundo turno, vai ter muita dificuldade para dizer o que fez nos verões passados”, insinuou Boulos. “Alguém que tem inclusive, que responder por boletim de ocorrência por violência contra a mulher. É isso que está em jogo”, completou.
Compromisso com igualdade de gênero
Em seu discurso, Boulos também anunciou um compromisso de igualdade de gênero em seu eventual governo, caso eleito.
Ele garantiu que, a partir de janeiro de 2025, metade das secretarias municipais de São Paulo serão comandadas por mulheres. “Este é um compromisso meu e da Marta”, disse, reafirmando sua parceria com a ex-prefeita e sua candidata a vice.
O caminho até o segundo turno
Com as declarações, Guilherme Boulos começa a delinear a estratégia que pretende adotar na reta final da eleição.
A disputa entre Boulos e Nunes promete ser marcada por debates intensos, com acusações de ambos os lados e a participação ativa de figuras como Jair Bolsonaro, cuja proximidade com Nunes deverá ser explorada por Boulos como uma crítica constante.