A recente derrota nas eleições municipais de São Paulo trouxe um novo contexto para o deputado federal Guilherme Boulos, e aumenta a pressão para que ele considere a troca de seu partido, o PSOL, pelo PT.
Essa movimentação tem sido vista por alguns aliados do Partido dos Trabalhadores como uma estratégia para que Boulos consiga ocupar um ministério no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com isso, ele poderia se fortalecer politicamente e combater as acusações de inexperiência levantadas por adversários, como o prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB).
As informações são do site Metrópoles.
Estratégia de Migração para o PT
A proposta de migração para o PT passou a ser considerada ideal por uma parte dos aliados de Boulos, que acreditam que sua adesão ao partido poderia ampliar seu alcance eleitoral nas próximas eleições, especialmente em 2028.
Com um ministério, Boulos teria a oportunidade de ganhar visibilidade e se proteger das críticas que visavam deslegitimar sua candidatura à prefeitura de São Paulo.
Apesar da pressão, o futuro político de Boulos permanece incerto.
Um petista aliado de Boulos afirmou: “Tem várias correntes dentro do PT, mas a pessoa que sabe dizer o que vai ser do futuro político dele se chama Luiz Inácio Lula da Silva.”
Para que Boulos deixe o PSOL, ele precisaria abrir mão de seu status como principal nome do partido, o que poderia gerar resistência interna.
Entre os psolistas, a possibilidade de perder seu maior quadro passou a ser um tema sensível e geraria descontentamento.
Aliados do PT argumentam que Boulos pode ter atingido seu limite na cidade ao obter quase a mesma quantidade de votos nas duas eleições em que concorreu à prefeitura.
Em 2020, ele recebeu 2,10 milhões de votos e, em 2024, esse número subiu para 2,30 milhões, com a mesma porcentagem de apoio, de aproximadamente 40%.
O pragmatismo do PT como um trunfo
O pragmatismo político do PT passou a ser visto como uma vantagem por seus defensores, já que pode permitir que Boulos mantenha alguns de seus posicionamentos sem ser tão rigidamente cobrado.
Um exemplo disso foi a votação do PSOL contra a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) para streamings e aplicativos, um ponto que foi explorado por Nunes durante a campanha.
Contribuições financeiras decepcionam
Embora o PSOL tenha sofrido resistência do PT em repassar recursos para a campanha de Boulos, a situação mudou quando o partido contribuiu com R$ 44,0 milhões dos R$ 81,0 milhões arrecadados por Boulos.
Sua campanha gerou um total de despesas de R$ 57,0 milhões, a mais cara na corrida eleitoral.
Respostas da direção do PT
A mudança de partido poderia amenizar a resistência que Boulos enfrenta atualmente, mas não eliminá-la completamente.
O vice-presidente do PT, Washington Quaquá, expressou seu descontentamento com a candidatura de Boulos, e afirmou em uma rede social: “Boulos era a crônica de uma morte anunciada! A candidatura errada na cidade errada!”
Aliados de Boulos rebatem a crítica, e lembram que o partido apresentou um desempenho muito pior nas eleições de 2020, quando lançou a candidatura de Jilmar Tatto.
Atualmente, não havia garantia de que alguém no PT conseguiria igualar a performance de Boulos.
Correligionários de Boulos têm minimizado a pressão exercida pelos petistas e acreditam que, por enquanto, a possibilidade de uma mudança de partido não traz um avanço concreto.
As informações são do site Metrópoles.