
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece ter deixado passar o momento certo para reforma ministerial e consolidar o apoio político necessário para sua reeleição em 2026, de acordo com o Metrópoles.
Essa é a avaliação de lideranças do Centrão, que consideram que a demora em realizar mudanças estratégicas no governo Lula fez com que os ministérios se tornassem menos atrativos para os parlamentares
Apoio do Lula ao centrão
Desde o início dos rumores sobre as trocas de ministros, há relatos de que as mudanças são para os políticos de centro ocuparem mais espaço no governo.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exige que ocupantes de cargos públicos que não concorrem à reeleição deixem seus postos seis meses antes do pleito.
Assim, um deputado nomeado ministro em abril de 2025 precisaria deixar o cargo entre março e abril de 2026 para disputar as eleições.
Dessa forma, a possibilidade de permanecer pouco tempo no cargo desestimula possíveis indicado.
Líderes do centrão afirmam que aceitam as indicações ministeriais, mas sem o compromisso automático de apoio à reeleição de Lula.
Trocas ministeriais
Até o momento, o presidente optou por alterações pontuais no próprio PT. Entre elas, a substituição do deputado Paulo Pimenta pelo marqueteiro Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom) e a mudança de Alexandre Padilha do Ministério das Relações Institucionais para o Ministério da Saúde.
Enquanto as negociações seguem indefinidas, cresce o interesse do grupo pelo cargo de líder do governo na Câmara, atualmente ocupado por José Guimarães (PT-CE).
Um dos nomes sugeridos pelo Centrão para a posição é Isnaldo Bulhões (MDB-AL). No entanto, a decisão depende das eleições internas do PT, previstas para sexta-feira (7).
Além disso, Lula considera trocas em outros ministérios para dar mais espaço ao centrão. Uma das mudanças considerados pelo petista é o do Ministério das Mulheres, ocupado por Cida Gonçalves. A senadora Teresa Leitão (PT-PE) e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) Luciana Santos são nomes cotados para assumir esse cargo.
Outro ponto levantado é a possibilidade de um cargo nos ministérios é dar um cargo para Tabata Amaral (PSB-SP) e colocar à frente da Ciência e Tecnologia para atender o PSB.