Haddad recebeu um “puxão de orelha” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira (20). Durante reunião, Lula anunciou que o governo mudará a forma de tomar decisões ministeriais, em resposta à repercussão negativa de uma norma da Receita Federal sobre transações pelo Pix.
Ele propôs que a Casa Civil aprove todas as medidas antes de publicá-las Isso aumentaria o poder do ministro Rui Costa sobre os atos governamentais.
Nesta segunda-feira, durante um evento público, Lula destacou a necessidade de evitar “confusões” causadas por decisões tomadas sem discussão prévia.
Apesar de não citar nomes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve no centro da polêmica sobre o Pix.
Entenda a crise do Pix
A medida da Receita previa fiscalização sobre transações de pessoas físicas via Pix que somassem R$ 5 mil ou mais por mês.
Publicada como uma instrução normativa, o texto gerou desinformação e críticas nas redes sociais.
Diante da onda de fake news sobre a fiscalização do Pix, o governo recuou e anulou a norma. Lula afirmou que medidas desse porte não podem ser tratadas de forma burocrática.
Segundo o presidente, a falta de alinhamento entre os ministérios e a Presidência intensificou a crise.
“Muitas vezes a gente pensa que não é nada, faz uma portaria qualquer e depois arrebenta e cai na Presidência da República”, declarou.
Mas, a Casa Civil e o Planalto alegaram que não tinham conhecimento prévio da norma até que a repercussão negativa já estivesse em andamento.
Lula elogia reforma tributária e fala sobre prioridades
Apesar do clima sobre o Pix, o presidente elogiou os avanços na reforma tributária, e deu destaque sobre os benefícios futuros, como o estímulo ao investimento e ao crescimento econômico.
De acordo com o presidente, frutos para a população virão a partir de 2027, “mas que vai dar interesse rápido do ponto de vista daqueles que querem fazer investimento no Brasil, daqueles que querem acreditar no Brasil, daqueles que querem vir aqui para ajudar o Brasil a se desenvolver”.
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Além disso, ele destacou a necessidade de priorizar a redução dos preços dos alimentos e como a alta nos custos impacta as famílias brasileiras.
“Se a gente trabalhou reconstrução e união, agora é reconstrução, união e comida barata na mesa do trabalhador, porque alimentos estão caros na mesa do trabalhador”, concluiu.