O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou em delação premiada à Polícia Federal que recebeu dinheiro do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Segundo Cid, o valor foi entregue em uma sacola de vinho e teria sido destinado ao financiamento de ações para tentar manter Bolsonaro no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
De acordo com o depoimento, Mauro Cid disse ter “quase certeza” de que o repasse ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
“Até me lembro que eu botei na minha mesa ali na biblioteca do Alvorada”, declarou.
Tentativa de ocultar Braga Netto
O ex-ajudante de ordens revelou que, no início da delação, tentou evitar mencionar Braga Netto.
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Segundo ele, essa postura não foi motivada por medo, mas por respeito à autoridade do ex-ministro, que é um general Quatro Estrelas.
“Às vezes, dosa-se muito as palavras para evitar estar acusando ou falando de uma autoridade”, afirmou Cid.
Organização dos atos golpistas
Na delação, Mauro Cid reforçou o papel de Braga Netto na organização e possivelmente no financiamento das manifestações contra a eleição de Lula.
Além disso, Cid afirmou que o ex-ministro tentou obter informações sobre os depoimentos prestados à Polícia Federal.
Para isso, Braga Netto teria entrado em contato com o pai do tenente-coronel e outros auxiliares militares na tentativa de descobrir detalhes sobre a delação.
