Eleições

Pablo Marçal pede retratação de Bolsonaro e Tarcísio e diz que Lula e Boulos “têm a língua do povo”

Ex-coach afirma que não apoia Ricardo Nunes no segundo turno em São Paulo, enquanto prevê a vitória de Guilherme Boulos (PSOL)

Pablo Marçal pede retratação de Bolsonaro e Tarcísio e diz que Lula e Boulos “têm a língua do povo”
Crédito: Folhapress

O influenciador e ex-candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), afirmou nesta terça-feira (8) que não apoia a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno das eleições municipais.

Marçal, que obteve 28% dos votos no primeiro turno, destacou que apenas reconsideraria sua posição se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o pastor Silas Malafaia se retratassem publicamente por, segundo ele, terem disseminado “mentiras” a seu respeito.

No entanto, ele não acredita que isso vai acontecer devido ao que considera o “orgulho” desses líderes.

Marçal, que ficou de fora da disputa do segundo turno, afirmou que acredita que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) vence a eleição, e que cerca de metade de seus eleitores devem migrar para o candidato do PSOL.

Ele mencionou que 45% de seus votos vêm de regiões onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi vitorioso em 2022, o que pode favorecer Boulos.

“Tenho certeza que ele vence. Ele sabe sinalizar com o povo, e o Ricardo não sabe”, afirmou Marçal, que ressaltou que Boulos e Lula “têm a língua do povo”, enquanto os demais candidatos “apenas brigam”.

Relação de Marçal com Nunes e críticas à direita

O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, havia dito anteriormente que não queria o apoio de Marçal, e destacou que não aceitaria o influenciador em seu palanque.

Em resposta, Marçal disse que a postura de Nunes e de outras figuras da direita, como Bolsonaro e Tarcísio, foi responsável por sua saída da disputa.

“As figuras de direita me atacaram e, por isso, Boulos vai vencer”, afirmou.

Nunes, por sua vez, disse que seu foco agora está em conquistar os eleitores de Marçal.

Segundo o prefeito, o eleitorado de Marçal se divide entre um perfil de direita e outro focado em propostas de empreendedorismo e prosperidade, áreas que Nunes prometeu reforçar em sua campanha para o segundo turno.

“Tem dois principais perfis do eleitor do Marçal. Um, de direita. Naturalmente, esse eleitor vai vir comigo. O outro, um eleitor que viu nele essa questão de empreendedorismo, da prosperidade”, disse o prefeito.

Críticas de Marçal a Tarcísio de Freitas e planos para 2026

Na entrevista desta terça-feira, Marçal também fez duras críticas ao governador Tarcísio de Freitas, mas mencionou uma tentativa recente de reconciliação.

Segundo o influenciador, Freitas ligou para Filipe Sabará, ex-integrante de sua gestão, para tentar aparar as arestas com Marçal, mas sem sucesso.

“Sua ligação não surtiu efeito”, declarou Marçal, que acrescentou que Tarcísio “traiu o povo paulistano” e que essa atitude comprometeu seu futuro político.

O influenciador ainda afirmou que o governador “não vai ser presidente” e que, eventualmente, “vai dar um pé na bunda” de Bolsonaro.

Marçal reafirmou que pretende disputar as eleições de 2026, seja para o Governo de São Paulo ou para a Presidência da República, a depender das condições.

Ele também afastou a possibilidade de ser declarado inelegível, mesmo com nove ações eleitorais. “Vou fazer o possível para evitar essa situação” , declarou.

Denúncia falsa contra Boulos

Durante a campanha, Marçal publicou um laudo falso que associava Boulos ao uso de cocaína, o que gerou controvérsias.

Questionado sobre o documento, o influenciador afirmou que o divulgou “na maior boa fé” e que a responsabilidade pelo erro seria de seu advogado, Tassio Renam.

Ele se recusou a revelar a origem do laudo, e mencionou que apenas seu advogado saberia.

Após a coletiva de imprensa, Marçal deixou sua empresa, em Alphaville (Barueri-SP), onde chegou na direção de uma Ferrari.

Ele seguiu para uma palestra sobre as eleições e o cenário político, pela qual cobrou R$ 97,00 de cada participante.