O deputado federal Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil (UB) e candidato à presidência da Câmara dos Deputados, não poupou críticas ao atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
As críticas de Elmar surgiram após um discurso feito por Arthur Lira na terça-feira, 29 de outubro, quando o presidente da Câmara dos Deputados anunciou seu apoio ao deputado Hugo Motta (PB), líder dos Republicanos, como candidato à sua sucessão.
Em sua fala, Lira afirmou que Motta representa a “convergência” no Poder Legislativo.
“Vocês assistiram ao primeiro mandato do presidente Arthur Lira, que ele diz tão a favor da convergência. Ele foi presidente da Câmara e líder do governo Bolsonaro ao mesmo tempo, modificou inclusive o regimento para tirar a capacidade de obstruir da Câmara dos Deputados. Não pode agora vir dizer que a Casa tem que ser a Casa do consenso”, declarou Elmar.
As declarações de Elmar Nascimento foram feitas após uma reunião em que ele se encontrou com a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT).
Durante esse encontro, o líder do PSD na Casa, Antonio Brito (BA), participou de discussões com os petistas.
A cúpula do PT ainda não anunciou oficialmente seu apoio, mas estaria inclinada a apoiar Motta para evitar uma disputa acirrada na Câmara.
Elmar propõe debate entre candidatos
Elmar Nascimento propôs que os três candidatos à presidência da Câmara rdos Deputados realizem um debate para expor suas ideias e visões sobre a condução da Casa.
“Não acham justo, e eu me coloco à disposição, que a gente faça um debate entre eu, Brito e Hugo para o Brasil nos conhecer?”, sugeriu.
Em suas declarações, Elmar deixou claro que não pretende apenas ser um “síndico da Câmara”.
“Não sou candidato a síndico da Câmara. Se eu quisesse um cargo rebaixado, seria candidato a primeiro-secretário. Sou candidato a presidente da Câmara e o país merece nos conhecer, nos conhecer profundamente do ponto de vista do que pensamos e quais são nossas propostas para o futuro”, enfatizou.
Deputado se compromete contra o PL da Anistia
Em um aceno à bancada petista, Elmar Nascimento se comprometeu a atuar contra a proposta que anistia os envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro.
Ele criticou Hugo Motta por ainda não ter se posicionado sobre esse assunto relevante.
Para evitar que o tema da anistia se misture à sucessão na Câmara dos Deputados, Arthur Lira agiu para atrasar a votação do projeto e criou uma comissão especial para cuidar do assunto, ao retirá-lo da alçada da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), liderada pela deputada bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC).
Elmar Nascimento enfatizou a importância de tomar posições claras na política: “Na política e na vida a gente tem que fazer escolhas e tem que ter lado. Temos um lado muito claro do PL e um lado muito claro do PT. Em uma eleição que há disputa, isso vai ficar muito aberto. Não tenho como receber o apoio do PT e da esquerda e apoiar uma pauta mais cara contra eles e vice-versa”, concluiu.