Condenação

Ex-policiais são condenados pelo assassinato de Marielle Franco: entenda as sentenças e os acordos

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram sentenciados pela execução de Marielle Franco e Anderson Gomes, em 2018

Ex-policiais são condenados pelo assassinato de Marielle Franco: entenda as sentenças e os acordos

Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados à prisão pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrida em 14 de março de 2018, na região central do Rio de Janeiro.  

Sentença e indenização do caso da Marielle 

Lessa, considerado o autor dos disparos contra Marielle e Anderson, recebeu uma sentença de 78 anos e 9 meses. Já Queiroz, acusado de dirigir o veículo usado no crime, foi condenado a 59 anos e 8 meses.  

No entanto, devido ao acordo de colaboração, ambos terão as penas significativamente reduzidas. 

Além das penas de reclusão, ambos deverão pagar uma indenização por danos morais às famílias das vítimas, no valor de R$ 706 mil para cada uma.  

O julgamento foi realizado no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.  

Delação premiada  

O acordo de delação premiada estabelecido entre os réus e o Ministério Público resultará em um tempo de prisão consideravelmente menor para os condenados pelo caso de Marielle.  

Com o acordo, Lessa deverá cumprir, no máximo, 18 anos em regime fechado e mais dois anos em regime semiaberto, enquanto Queiroz poderá deixar a prisão em até 12 anos. 

Esses prazos incluem o tempo já cumprido desde a prisão dos réus, em 12 de março de 2019, o que significa que Lessa poderá ter progressão para o semiaberto em 2037 e liberação total em 2039.  

Já Queiroz poderá obter liberdade em 2031.  

Esse fator gerou questionamentos durante o julgamento, e o promotor de Justiça Eduardo Morais reforçou que o “eventual acordo” permanece sob sigilo e não reduz a seriedade das condenações. 

Investigação e colaboração no caso Marielle 

As investigações do assassinato de Marielle Franco revelaram motivações ligadas a disputas de poder envolvendo milícias do Rio de Janeiro.  

Lessa, preso em 2019, ofereceu delação premiada. Ele afirmou que a execução teve motivação financeira e que teria recebido promessas de R$ 25 milhões. 

Em depoimento, ele reconheceu a gravidade dos atos cometidos, pedindo desculpas às famílias das vítimas.