Ficha Limpa? Nem tanto!

Bolsonaro e Cunha serão salvos por senadores? Veja porque políticos querem mudar a Lei da Ficha Limpa

Requerimento foi apresentado pelo senador Weverton Gomes (PDT-MA), relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal

Colagem. Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e ex-presidente da República, Jair Bolsonaro.
Colagem. Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e ex-presidente da República, Jair Bolsonaro.

Na última quarta-feira (28), o Plenário do Senado Federal aprovou o requerimento de urgência (REQ 18/2024) para a análise da proposta de alteração da Lei da Ficha Limpa (PLP 192/2023).

O requerimento foi apresentado pelo senador Weverton Gomes (PDT-MA), relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal.

Mudanças propostas na Lei da Ficha Limpa

O projeto define um período de inelegibilidade de oito anos para políticos condenados, com o prazo iniciado a partir da data da condenação.

A proposta visa alterar as regras atuais, que têm sido alvo de críticas por possíveis lacunas.

Impacto potencial sobre políticos

Especialistas alertam que a proposta pode criar brechas que favorecem políticos como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-deputado Eduardo Cunha (PTB-SP).

O texto aprovado determina que a perda dos direitos políticos vai ocorrer apenas se o condenado por abuso de poder econômico ou político mostrar comportamentos que possam levar à cassação de registros, diplomas ou mandatos.

Relembre porque o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado

O político de extrema-direita Jair Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico.

Apesar das condenações, seu registro de candidatura não foi cassado nem seu mandato perdido, pois não foi reeleito – o primeiro presidente a perder uma reeleição desde que o instituto foi permitido no País.

De acordo com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a inelegibilidade não foi automática, e a defesa de Jair Bolsonaro precisaria solicitar uma reversão da situação na Corte com base nas novas regras.

Eduardo Cunha: Derrubou Dilma Rousseff, e, em seguida, foi pego pela Lava-Jato

Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados e que esteve à frente do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), está inelegível desde 2016 devido à cassação por mentir sobre seu patrimônio, pode ser beneficiado pela nova proposta.

Em 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou uma decisão que tornava Cunha elegível, mas ele não pôde concorrer.

Se a nova lei for aprovada, Cunha pode recuperar seus direitos políticos e disputar as eleições de 2026.

A proposta ainda precisa ser analisada em detalhes pelo Senado Federal e pode sofrer alterações antes da aprovação final.